Robson de Souza, o Robinho, pode participar de partidas de futebol com outros detentos após deixar o isolamento na Penitenciária 2 de Tremembé (SP). Outros jogadores, como Daniel Alves, condenado por estupro na Espanha, e Ronaldinho Gaúcho, preso no Paraguai por uso de passaporte adulterado, disputaram campeonatos nos presídios em que cumpriram pena.
Robinho, de 40 anos, foi detido pela Polícia Federal na cobertura onde morava em Santos, no litoral de São Paulo. A prisão aconteceu após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidir que ele deveria cumprir, no Brasil, a pena de 9 anos por estupro coletivo cometido contra uma mulher albanesa na Itália, em 2013. A sentença foi dada pela Justiça italiana em 2022.
O ex-jogador ficou 10 dias sozinho em uma cela de 8m² para adaptação e realização de avaliações necessárias pela equipe da penitenciária. Depois deste período, ou seja, desde domingo (31) ele passou a dividir com outro detendo uma cela comum de 2 x 4 metros de dimensão.
Agora, de acordo com Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), o ex-jogador poderá participar de partidas de futebol, além de oficinas de teatro, aulas de inglês, ações religiosas, ensaios musicais e sessões de filmes seguidas de comentários.
O advogado José Eduardo Alckmin afirmou ao g1 que Robinho está bem e vivendo a rotina do presídio. Ele não teve contato com o ex-atleta desde a prisão. As informações sobre a situação na penitenciária são passadas pela esposa do ex-jogador à defesa.
“Claro que ele preferia estar solto e vivendo a vida dele. Mas, dentro do possível, ele está bem”, afirmou o advogado.
Outros jogadores
Em 2023, Daniel Alves disputou uma partida de futebol dentro do Centro Penitenciário de Brians 2, em Barcelona, na Espanha. O feito gerou tanta repercussão dentro e fora da prisão que as autoridades do local colocaram uma tela para impedir a visão de vizinhos.
Daniel Alves foi condenado por ter estuprado uma mulher em uma boate na Espanha. No último dia 25, o ex-jogador deixou a penitenciária depois de quase 15 meses preso. Ele pagou uma fiança de 1 milhão de euros respaldado por uma autorização de liberdade provisória.
Em 2020, Ronaldinho Gaúcho foi flagrado jogando futsal e futevôlei com outros presos na Agrupación Especializada, cadeia onde estava detido em Assunção, no Paraguai. Na ocasião, conforme apurado pelo ge, ele comandou a goleada por 11 a 2, com cinco gols e seis assistências.
O ex-jogador integrou o time de Fernando González Karjallo, ex-presidente do Sportivo Luqueño, que também estava preso no local. O deputado Miguel Cuevas, por sua vez, era da outra equipe. Ele tentou marcar Ronaldinho e não conseguiu.
Ronaldinho e o irmão Roberto de Assis foram presos após entrarem no Paraguai com passaportes e documentos paraguaios adulterados. Depois de quase seis meses detidos, o juiz concedeu prisão domiciliar e, em seguida, eles foram liberados mediante fiança de 1,6 milhão de dólares.
Trabalho e família
Com o fim do período de isolamento, o ex-jogador poderá trabalhar dentro da penitenciária, conforme critérios — não especificados pela SAP — do Centro de Trabalho e Educação da unidade, além de receber visitas da família.
Em nota, a SAP explicou à equipe de reportagem que Robinho será chamado para indicar de quais familiares quer receber visitas. Em seguida, as pessoas escolhidas poderão encaminhar a documentação necessária para confecção da carteirinha de visitante.
Com a documentação de acordo com as exigências do Regime Interno Padrão da SAP, o ex-jogador poderá receber os familiares na penitenciária aos finais de semana.
Presídio dos famosos
A penitenciária, onde Robinho cumpre pena, é conhecida como ‘presídio dos famosos’. No local, há detentos de outros casos de repercussão, como:
Alexandre Nardoni, condenado pela morte da filha Isabella
Cristian Cravinhos, preso pelo assassinato do casal Richthofen
Lindemberg Alves, que matou Eloá Pimentel
Gil Rugai, condenado pela morte do pai e da madrasta.
O local já recebeu também Mizael Bispo, que cumpriu pena por matar Mércia Nakashima, e Edinho, o filho de Pelé.
Crime
O crime de violência sexual coletiva ocorreu em 2013, quando Robinho era um dos principais jogadores do Milan, clube de Milão, na Itália. Nove anos após o caso, em 19 de janeiro de 2022, a justiça daquele país o condenou em última instância a cumprir a pena estabelecida.
Robinho foi condenado após ter estuprado junto com outros cinco homens uma mulher albanesa em uma boate em Milão. A vítima, inclusive, estava inconsciente devido ao grande consumo de álcool. Os condenados alegam que a relação foi consensual.