A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito para investigar o deputado federal e ex-presidente do União Brasil Luciano Bivar (União-PE), por suposta ameaça ao novo presidente da sigla, Antônio Rueda.
Rueda acusa Bivar de ameaçar de morte ele e um familiar, no fim de fevereiro – já em meio a uma crise interna pelo controle do União Brasil.
O pedido está sob sigilo e vai ser analisado pelo ministro Nunes Marques. A TV Globo apurou que a Procuradoria pediu ao STF que autorize uma série de depoimentos de testemunhas.
O caso chegou ao Supremo depois que Rueda fez uma representação criminal contra Bivar na Delegacia Especial de Crimes Cibernéticos da Polícia Civil do Distrito Federal.
Como deputado, Bivar tem foro privilegiado e, por isso, a Polícia Civil do DF mandou a representação para o Supremo.
A defesa de Rueda também pediu que o deputado seja investigado por suposto envolvimento no incêndio que destruiu duas casas da família do novo presidente do partido, no litoral de Pernambuco. Desde que o caso veio à tona, Bivar tem negado as acusações.
Os advogados afirmam que há uma “pluralidade de indícios” que ligam Luciano Bivar ao incêndio, “ainda que não se possa afirmar solenemente a autoria do deputado no caso”. Para a defesa, o episódio “revela a escalada da violência política”.
Crise no União Brasil
Antônio Rueda foi eleito para comandar a sigla no final de fevereiro, no lugar do deputado. O mandato de Bivar só terminaria no fim de maio. No entanto, no mês passado, o União Brasil decidiu afastá-lo do cargo e Rueda assumiu o posto.
O União Brasil é um dos maiores partidos no Congresso. Tem a terceira maior bancada da Câmara, com 59 deputados.
Dado o seu tamanho, possui uma fatia bilionária do Fundo Partidário, o que torna o comando do partido alvo de cobiça dos políticos, ainda mais em um ano de eleições. Também tem 7 senadores e 3 ministros no governo Lula.
A sigla nasceu em 2022 da fusão do antigo DEM (que antes era PFL) e do antigo PSL. O PSL foi o partido pelo qual o ex-presidente Jair Bolsonaro se elegeu em 2018, ano em que a sigla também fez grande bancada na Câmara.
Na época, Bivar presidia o PSL. Bolsonaro se desentendeu com o partido e se mudou para o PL, levando parte de seus aliados. Mesmo assim, o partido se tornou uma das principais forças da centro-direita no país.