O homem acusado de matar a esposa, Mônica Cavalcante, em São José da Tapera, em 2023, recentemente preso no Bolívia, prestou depoimento à Polícia Civil, na tarde desta segunda-feira, 08, e contou sua versão dos fatos.
O delegado Diego Nunes, titular da delegacia de São José da Tapera, e que investiga o caso desde o começo, informou que o depoimento durou cerca de 28 minutos, e que na oitiva o suspeito disse que estava embriagado no momento do fato e que não se recorda detalhes.
Ele, contudo, teria confirmado que havia ocorrido uma discussão com a vítima na festa onde eles estavam no dia do crime e que após ela ir embora sozinha, ele saiu em seguida para procurá-la, mas não a encontrou, voltando para a festa e logo depois indo para a casa do casal.
Segundo esta versão, ao chegar na frente do imóvel, ele estava ainda no carro, quando a vítima abriu a porta do automóvel e iniciou uma discussão. Ele teria então pego a arma, que estava ao lado de sua perna e disparou contra ela. A motivação da briga seria um comentário que o pai de Mônica fez durante a festa.
Ele teria contado ainda que logo depois do crime já iniciou sua fuga com destino à Bolívia, utilizando para isto uma quantia de dinheiro em espécie que ele já possuía e que não contou com a ajuda financeira de familiares em Alagoas. A partir daí ele teria iniciado uma nova vida, negociando aparelhos celulares.
O delegado Igor Diego, titular da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) detalhou também que o suspeito teria contado que ao notar que de fato a esposa estava morta, ele dirigiu seu veículo até a cidade de Olho d’Água das Flores, onde abandonou o carro e começou a pedir carona até chegar na casa de um primo, no estado de Sergipe, que assim que tomou conhecimento do crime cometido, teria pedido para ele ir embora.
O suspeito teria contado ainda que seguiu para a Bolívia após pesquisar destinos e descobrir que lá havia muitas faculdades de medicina, com muitos residentes brasileiros.
Ao chegar na cidade de Santa Cruz, ele teria alugado um quarto, sem que ninguém solicitasse documentos de identificação, e que durante todo o período teria mudado de endereço por pelo menos quatro vezes. Depois de dois meses ele teria ido a uma igreja onde conheceu a atual namorada, uma boliviana de 22 anos, concluinte da faculdade de medicina, com quem morava junto quando foi preso. Ele disse que contou a ela que estava foragido, mas não disse por qual crime.
A partir de agora, a investigação se concentrará em determinar as reais circunstâncias dessa fuga e se ele contou com a ajuda de alguém, ou ainda, se ele estaria praticando agiotagem como forma de se sustentar.
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