O pagamento dos dividendos extraordinários da Petrobras está em discussão e ainda não foi definido pelo governo. Há divergências entre os ministros da Fazenda, Minas e Energia e Casa Civil sobre a distribuição dos valores, que podem chegar a R$ 43,9 bilhões. Enquanto Fernando Haddad, chefe da Fazenda, defende o pagamento integral, outros setores do governo — sobretudo os ministros Alexandre Silveira e Rui Costa — preferem uma distribuição parcial. A expectativa é de que o conselho administrativo da estatal tenha um papel decisivo nessa questão. A União, como principal acionista da estatal, poderia receber R$ 12,6 bilhões caso os dividendos sejam pagos integralmente. Isso ajudaria a equipe econômica a compensar perdas de arrecadação e abrir crédito para gastos extras. O secretário-executivo da Fazenda, Dario Duriga, destacou a importância de seguir as regras do jogo na distribuição dos dividendos. O debate gira em torno da disponibilidade de recursos para os investimentos da Petrobras, que enfrenta desafios após anos de dificuldades financeiras.
No mercado financeiro, a percepção é de que a Petrobras tem mantido resultados sólidos, com lucros expressivos e baixa dívida. A decisão de reter os recursos é vista como política, já que a empresa teria capacidade de investir e remunerar os acionistas. A reunião do conselho em março evidenciou as divergências internas na gestão petista. Jean Paul Prates, presidente da estatal, aguarda uma decisão de Lula sobre sua permanência no cargo, em meio à crescente tensão. A expectativa é de um desfecho nos próximos dias, enquanto a discussão sobre os dividendos extraordinários da Petrobras continua em pauta no governo brasileiro.