Igreja histórica de Bebedouro passa por intervenções para preservação de azulejaria

Trabalho de manutenção preventiva é realizado por equipe especializada e contratada pela Braskem

A Igreja Santo Antônio de Pádua, localizada no bairro de Bebedouro, passa por intervenções para a preservação das características originais do revestimento em azulejo português que compõe a fachada. A manutenção preventiva foi recomendada por consultoria contratada pela Braske m para atuar no monitoramento e preservação dos imóveis identificados como de valor histórico pelo Município e localizados nas áreas de desocupação definidas pela Defesa Civil de Maceió.

Assessoria

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A intervenção é realizada por uma equipe de especialistas que já atuou na Igreja dos Martírios, na Catedral Metropolitana de Maceió e no Claustro da Igreja de São Francisco, em Salvador (BA), que guarda o segundo maior conjunto de azulejos portugueses do mundo. Todo o trabalho obedece às leis de preservação do patrimônio e &eacut e; fiscalizado pelos órgãos públicos competentes.

Consultor do projeto, o restaurador conservador Estácio Fernandes explica que os azulejos portugueses encontrados em Alagoas remontam a meados do século 19, quando o Brasil, após firmar tratado comercial com Portugal, recebe grande quantidade de azulejaria, principalmente, para aplicação nas fachadas das casas. “Em Maceió, esses azulejos foram utilizados no tadamente em torres, cúpulas e fachadas de igrejas, juntamente com os embrechados, técnica de ornamentação de paredes por meio da aplicação de fragmentos de materiais como cerâmicas e conchas”.

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Fernandes ressalta que o azulejo não pode ser visto apenas como um objeto isolado, artefato ou manifestação puramente artística. “Ele tem de ser compreendido enquanto elemento cultural, pois apresenta manifestações que refletem as circunstâncias políticas, sociais e econômicas do momento em que foi produzido. A azulejaria que encontramos na Igreja Santo Antônio de Pádua foi feita por meio de estampídia, técnica em que se utilizava um molde para aplicação do desenho e depois a peça era cozida no forno. Um padrão incomum – na Bahia, por exemplo, não se acha com facilidade – e que, portanto, merece os devidos cuidados quanto à sua recuperação”, diz.

O trabalho de manutenção preventiva da azulejaria é feito manualmente e acontece em diferentes etapas. Primeiro são realizados testes de aderência para garantir a fixação das peças na parede; na sequência, o conjunto de azulejos passa por testes físicos e químicos, dessalinização e tratamento contra fungos; depois, a s peças são higienizadas e a pintura, recuperada. Quando necessário, algumas peças são restauradas. Ao final, uma camada de verniz é aplicada para proteção do revestimento. A previsão é que os serviços sejam concluídos no próximo mês de junho.

De capela a matriz

Além das obras de preservação da azulejaria, historiadores e arquitetos contratados pela Braskem atuam na elaboração de um dossiê com informações históricas sobre a Igreja Santo Antônio de Pádua. Dentre os primeiros dados levantados pela equipe de especialistas, uma publicação de 1928, na Revista do Instituto Archeol ogico e Geografico Alagoano, registra que a história da igreja começa por volta de 1816, quando o português Antônio Maria Aguiar, então proprietário daquelas terras, ergue uma capela simples, numa área de sítios onde moravam muitas famílias.

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No livro Bebedouro: comunidade de história e fé, o historiador João Lemos informa que o comendador Jacinto Nunes Leite, outro português, adquire a área de terra onde ficava situada a capelinha e, com o crescimento do povoado e do número de fiéis, decide derrubar a pequena estrutura e construir uma igreja. A construção acontece entr e 1870 e 1873, e a obra inclui a ornamentação da fachada com a colocação dos azulejos trazidos da Europa.

Anos mais tarde, em 1913, a Igreja de Santo Antônio de Pádua passa a ser a Matriz da Paróquia de Bebedouro, com seus programas assistenciais, celebrações religiosas e festividades.

Compromissos com Maceió

A preservação do patrimônio histórico das áreas de desocupação, da cultura e das manifestações culturais está prevista no Termo de Acordo Socioambiental assinado em dezembro de 2020, entre a Braskem e o Ministério Público Federal, com a participação do Ministério Público do Estado de Alagoas e a desão do Município. Também consta entre os compromissos reafirmados pela petroquímica com a cidade de Maceió e seus moradores.

Das 21 edificações que possuem alvará para a realização de obras de manutenção e recuperação da integridade estrutural, 20 já tiveram os trabalhos concluídos. As ações também incluem monitoramento, elaboração de dossiê dos imóveis de valor histórico, inventário do pat rimônio cultural, incentivo e apoio à atuação de grupos culturais e editais de fomento voltados à manutenção, preservação e valorização da cultura local. Todos os detalhes estão disponíveis na plataforma www.braskem.com.br/compromissosmaceio.

Fonte: Assessoria

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