O réu, Leonardo Teixeira da Silva, acusado de assassinar Cibele Maria de Melo e abandonar o corpo na praia de Pescaria, foi condenado a 25 anos de reclusão. O julgamento, conduzido pelo juiz José Braga Neto, da 8ª Vara Criminal da Capital, foi realizado nesta quinta-feira, 25, no Fórum Jairon Maia Fernandes, no Barro Duro.
Consta nos autos que o acusado mantinha um relacionamento amoroso extraconjugal com a vítima. No dia 09 de outubro de 2022, Cibele Maria saiu de casa por volta das 13h informando que iria buscar alguns cosméticos na casa de uma revendedora, no bairro de Ipioca. Contudo, a mulher não retornou mais para casa.
Horas depois, seu corpo foi localizado por um caseiro na areia da praia de Pescaria. Inicialmente, ela estava sem identificação. Sua identidade só foi descoberta após o caso ser divulgado nos veículos de comunicação com as imagens de suas tatuagens.
O corpo de Cibele Maria estava praticamente sem roupas e com a calcinha ao lado do corpo, indicando que possivelmente fora estuprada. Além disso, apresentava várias lesões causadas por instrumento contundente.
De acordo com depoimentos de algumas testemunhas, Cibele não queria mais continuar com o relacionamento, mas o réu oferecia presentes e quantia em dinheiro para que ela permanecesse com ele. Há relatos ainda que no dia do crime, o acusado havia ligado para vítima oferecendo a quantia de R$400 para que ela pudesse encontrá-lo. “Ela alegou que esse Leonardo tava ligando direto para ela, umas 19h de um sábado, prometendo quatrocentos reais pra ela se encontrar […] a isca foi os quatrocentos reais”, disse uma das testemunhas.
Um dos irmãos da vítima relatou que reconheceu o acusado, que usava uma camisa de torcida organizada, pelas imagens coletadas pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa. “Na delegacia mesmo a gente conseguiu identificar e reconhecer ele […] ele e ela iam andando, no dia do assassinato […] a imagem dela descendo de uma van, no caso ela morava em Paripueira, né! E marcou pra se encontrar em Ipioca […] assim que ela desceu da van ele veio ao encontro dela e foram em direção a praia”, relata em um trecho do depoimento.
Em seu interrogatório, o réu Leonardo Teixeira negou as acusações, mas confessou que manteve um relacionamento com a vítima. Ele disse ainda que passou o dia trabalhando com o pai e na sequência teria ficando o tempo todo com um pastor de igreja evangélica. Ao ser questionado pela própria defesa o nome do pastor, ele não soube informar.
Após o julgamento, o juiz arbitrou uma pena de 25 anos de reclusão. “Vê-se que a conduta do réu se demonstroualtamente reprovável, pois atingiu seu final na escalada da violência tipicamenteexistente nos crimes que envolvem violência contra a mulher, como o feminicídio,quando a mulher é morta pelo homem em quem um dia confiou e se relacionou, oque aconteceu no caso em tela. Dessa forma, Cibele foi morta por alguém em quemconfiava e por quem detinha afeto, o que permite a valoração da presentecircunstância em seu desfavor”, diz o magistrado.