Governo diz que desastre no RS ‘mudou paradigma’ e que governo é obrigado a fazer ‘igual ou melhor’ no futuro

Presidente Lula e mais autoridades participam da abertura da 25ª ‘Marcha dos Prefeitos’ — Foto: TV Globo/Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (21) que o desastre climático no Rio Grande do Sul “mudou o paradigma”, e que, a partir de agora, o governo é obrigado a fazer “igual ou melhor” em caso de ocorrências similares no futuro.

“[O caso do RS] mudou paradigma do tratamento dos desastres climáticos neste país. O que nós fizemos no Rio Grande do Sul não é só para o Rio Grande do Sul, qualquer crise climática que tiver em algum estado nós estamos obrigados a fazer igual ou melhor do que fizemos no Grande do Sul”, disse.

A declaração foi durante a abertura da Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, conhecida como “Marcha dos Prefeitos”, na capital federal. O evento é organizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), que tem expectativa de receber mais de 10 mil gestores até quinta-feira (23).

O Rio Grande do Sul enfrenta as consequências de uma catástrofe ambiental que matou, até o momento, 161 pessoas. As fortes chuvas e as cheias de rios bloquearam rodovias, destruíram lavouras, alagaram cidades, destruíram milhares de moradias e deixaram milhares de desabrigados.

Lula repetiu que não faltará dinheiro para apoiar a reconstrução do Rio Grande do Sul. Nas últimas semanas, o governo federal anunciou uma série de medidas, entre as quais:

  • a liberação de quase R$ 52 bilhões em medidas de crédito;
  • a suspensão por três anos do pagamento da dívida do estado com a União, com perdão dos juros;
  • o repasse de R$ 5,1 mil as famílias que perderam bens;
  • compra de residências para famílias que perderam casas;
  • liberação de R$ 12 bilhões em crédito para ações emergenciais.

 

Durante a abertura, o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, também anunciou a criação do Consórcio Nacional de Municípios, que, segundo ele, vai funcionar, inicialmente, dentro da Confederação Nacional dos Municípios.

“Ele vai começar a funcionar como uma ferramenta. Ele não vai solucionar, mas é uma ferramenta que garante recursos, que garante transparência, gestão, e nós possamos em parceria com estados e a União realmente enfrentar a questão do clima”, afirmou.

Congresso quer medidas urgentes

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse no evento que os gaúchos terão das autoridades federais “todas as ações possíveis, urgentes e apropriadas para diminuir, resolver e minorar o sofrimento dos irmãos do Rio Grande do Sul’. Também afirmou que a catástrofe no sul do país deixa “lições”.

“Em face das tragédias enfrentadas pelos municípios gaúchos, com as recentes cheias, é evidente que os desafios das cidades brasileiras no enfrentamento das mudanças climáticas passam a ocupar um patamar ainda mais elevado ante as preocupações dos gestores públicos”, disse Lira.

“Estamos todos tirando lições. Para evitar que situações desoladoras como as vivenciadas pelo povo gaúcho sejam vistas em outras localidades. É preciso, claro, agir com urgência pois os alertas de que novas catástrofes naturais venham a ocorrer têm sido lançados pelos especialistas em clima e meio ambiente há tempos”, continuou.

 

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também afirmou na marcha que todos são solidários ao Rio Grande do Sul e pediu para que as diferenças políticas fiquem de lado. O senador afirmou que é preciso encontrar um “caminho de centro e de resultados” para o estado.

“O maior problema da vida nacional é o que acontece hoje no estado do Rio Grande do Sul”, disse.

Fonte: G1

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