Polícia conclui que publicitário que saiu de sauna gay teve morte acidental ao cair de prédio; perícia aguarda exame toxicológico

Câmera gravou queda de Yuri Castro, sozinho, de imóvel perto de hotel em SP. Causa da morte foi 'politraumatismo'. Segundo funcionários, hóspede teve 'surto psicótico' dizendo que era 'perseguido'. Laudo toxicológico irá apontar se ele consumiu alguma substância química.

A Polícia Civil concluiu que a morte do publicitário Yuri Henrique Gabriel Santos de Castro foi acidental ao cair de um prédio de seis andares, de uma altura aproximada de dez metros, em 22 de abril no Centro de São Paulo. Câmeras de segurança gravaram a queda.

O acidente ocorreu a 600 metros de distância do Hotel Chilli, onde Yuri estava hospedado e fugiu sem pagar a conta. No local funciona uma sauna gay, onde o publicitário tinha ido com um amigo.

Reprodução/Instagram

O publicitário Yuri Henrique Gabriel Santos de Castro, de 23 anos, encontrado morto no Centro de SP.

Yuri morreu por “politraumatismo”, segundo laudo do Instituto Médico Legal (IML) da Polícia Técnico-Científica. Ele foi encontrado nu em 23 de abril, quando foi resgatado por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) perto do Largo do Arouche.

O publicitário foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Vergueiro, na Zona Sul, onde não resistiu e morreu. Segundo o boletim de ocorrência, ele teve “hipoxemia” (falta de oxigênio no sangue) e “choque hipovolêmico” (perda, em grande quantidade, de líquidos e sangue). Ele tinha 23 anos.

O Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) ainda aguarda o resultado do exame toxicológico do Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Científica para saber se o publicitário estava sob efeito de alguma substância química quando despencou. O laudo apontará se ele consumiu remédios, álcool, drogas etc. O resultado ainda não ficou pronto.

“A investigação foi concluída pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O inquérito foi parcialmente relatado na última sexta-feira (24). A conclusão da análise dos laudos dos exames necroscópico e toxicológico está em elaboração e será acrescentada aos autos posteriormente. A causa da morte indicada no atestado de óbito foi politraumatismo e choque hipovolêmico, após queda de um prédio. Não houve indicação de suicídio, sendo constatada morte acidental”, informa nota divulgada nesta quarta-feira (29) pela Secretaria da Segurança Pública (SSP), por meio de sua assessoria de imprensa.

DHPP aguarda laudo toxicológico

Hotel Chilli no Centro de São Paulo  — Foto: Reprodução/InstagramHotel Chilli no Centro de São Paulo — Foto: Reprodução/Instagram

O DHPP investiga se um eventual consumo de alguma substância química pode ter relação com o comportamento de Yuri e contribuído para a sua queda. De acordo com funcionários do Hotel Chilli, Yuri usava um roupão e parecia estar em “surto psicótico”, dizendo que estava sendo “perseguido”. Mas ninguém o perseguia, segundo os empregados.

O publicitário havia se hospedado no hotel com um amigo, entre os dias 20 e 22 de abril. O colega deixou o lugar dizendo que iria pegar dinheiro para pagar a conta. Yuri saiu depois sem quitar o débito.

O corpo dele só foi identificado no dia 24, após exames papiloscópicos feitos pelo Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt (IIRGD). O publicitário foi enterrado no dia 27 de abril num cemitério da capital.

O caso chegou a ser registrado inicialmente como “morte suspeita a esclarecer” pelo 5º Distrito Policial (DP), Aclimação. Mas por conta da sua complexidade, a investigação passou a ser feita pelo DHPP, que passou a apurar o “crime de homicídio” pois havia a possibilidade de Yuri ter sido vítima de um assassinato.

Mas durante as investigações, o Departamento analisou câmeras de imóveis próximos ao hotel e verificou que Yuri foi sozinho a um outro prédio de onde caiu. Por esse motivo o caso passou a ser apurado como “morte acidental”. Testemunhas também foram ouvidas pela polícia, confirmando essa versão.

O inquérito foi relatado parcialmente e entregue à Justiça. Como a conclusão da polícia foi de que não ocorreu nenhum crime, nenhuma outra pessoa foi indiciada ou responsabilizada pelo que aconteceu com o publicitário.

O que diz a família

O publicitário Yuri Henrique Gabriel Santos de Castro, de 23 anos, encontrado morto no Centro de SP. — Foto: Reprodução/Instagram

A família do publicitário não foi encontrada pelo g1 para comentar o assunto até a última atualização desta reportagem. Foram os parentes de Yuri quem registraram um boletim de desaparecimento dele numa delegacia quando o rapaz sumiu da casa dos pais em 20 de abril.

“Ele [amigo] deu essa versão, que o Yuri saiu correndo, os seguranças foram atrás, trouxeram ele de volta e logo em seguida ele fugiu de novo. Só que é muito ilógico, como é que você, segurança deixa uma pessoa fugir duas vezes, do mesmo local? Tem muitas pontas soltas, ninguém sai correndo nu no meio da rua, desaparece e aparece morto”, chegou a dizer Larissa Cristine Santos de Castro, irmã de Yuri, em outra ocasião.

O que diz o hotel

Comunicado do Hotel Chilli, no Centro de São Paulo. — Foto: ReproduçãoComunicado do Hotel Chilli, no Centro de São Paulo. — Foto: Reprodução

O g1 também não localizou os responsáveis pelo Hotel Chilli para comentar o assunto. Em outra oportunidade, Douglas Drumond, responsável pelo estabelecimento, havia dito que Yuri era frequentador assíduo do local, conhecido como uma sauna gay.

Neste momento, o hóspede pediu para fumar em uma área aberta e, enquanto o segurança revistava um outro cliente, o publicitário saiu correndo em direção ao Terminal Amaral Gurgel. O funcionário foi atrás do rapaz, segundo relato do dono.

“Ninguém agrediu ele. Ele [segurança] segurou ele [Yuri] pelo pescoço, porque ele precisava voltar para o hotel. Ele estava de roupão no meio da rua”, alegou Douglas. “[O segurança] segurou ele pelo braço, segurou ele pelo pescoço, para poder trazer de volta para o hotel.”

Fonte: g1

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