Em entrevista à ESPN, o zagueiro do Palmeiras, Gustavo Gómez, revelou os detalhes da proposta “nababesca” que recebeu do Al Ittihad, da Arábia Saudita, em setembro do ano passado.
O jogador da seleção do Paraguai admitiu que ficou “mexido” com os números ofertados pelos sauditas, principalmente porque o pacote era bastante vantajoso também para o Alviverde.
Segundo Gómez, o Verdão receberia cinco vezes mais do que investiu para contratá-lo em definitivo do Milan, da Itália, em uma operação que sairia boa para todos os lados.
No entanto, o time paulista não quis abrir mão de seu capitão. Gustavo, por sua vez, relatou que em nenhum momento “forçou” a saída, até pelo respeito que tem pelo time que defende desde 2018.
“Eu vou falar a verdade. Não serei hipócrita de falar que era pouco dinheiro (oferecido pelo Al Ittihad) e que não mexeu comigo. Eu pensei muito nisso”, iniciou.
“Mas eu pensei também que era um dinheiro muito bom para o Palmeiras. Era cinco vezes mais que o Palmeiras pagou por mim. Então, eu achei que seria bom para o Palmeiras e para mim”, justificou.
“Mas eu não podia forçar a minha saída, eu não podia trocar meu caráter para sair de um dia para outro. O Fernando Prass sabe como é o futebol… Você sabe forçar a sua saída, não treinar, falar que está machucado… Eu não vou trocar meu caráter por isso. Ainda mais por tudo que conquistamos e representamos para o torcedor”, salientou.
“Aí eu tomei a decisão de não mudar o meu caráter e aceitar (a decisão do Palmeiras) da melhor forma”, acrescentou o defensor, ressaltando que fez de tudo para não deixar que a negociação atrapalhasse o ambiente e o dia-a-dia do clube.
“O mais legal é que essa ‘guerra’ foi entre nós. Eu não falei nada com a presidente Leila (Pereira), não atrapalhei o trabalho do treinador (Abel Ferreira). A conversa foi como deveria ser: entre o diretor (Anderson Barros) e eu”, apontou.
Perguntado sobre o salário que receberia no Al Ittihad, Gómez afirmou que seria cerca do quíntuplo de seu salário atual no Allianz Parque.
No final das contas, porém, ele acabou ganhando aumento no Verdão e teve o vínculo ampliado, num “final feliz” para o clube alviverde, para a torcida e para o capitão.
“(Ganharia na Arábia Saudita) Mais ou menos a mesma coisa [cinco vezes mais, assim como a oferta de compra do Al Ittihad ao Palmeiras]. Mas depois o Palmeiras fez uma compensação para mim, me ofereceu mais um ano de contrato e hoje estou muito feliz no Palmeiras. O Palmeiras foi bem (na negociação)”, finalizou o xerife.
Jogador alviverde desde 2018, Gustavo tem uma coleção de troféus pelo Alviverde. São duas CONMEBOL Libertadores, três Brasileirões, uma Copa do Brasil, uma CONMEBOL Recopa, uma Supercopa do Brasil e quatro Paulistas.
Recentemente, ele também se tornou o maior zagueiro artilheiro da história do time, igualando o lendário Luís Pereira com 36 bolas na rede.