Irmãos gêmeos têm conexões diferentes? Sentem a dor do outro? Veja mitos

Nem todos vieram ao mundo sozinhos. Irmãos gêmeos têm um vínculo que vem de antes do nascimento, e encantam pelas suas semelhanças físicas e até de comportamento, muitas vezes.

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Irmãos gêmeos em imagem de arquivo

Para especialistas, irmãos gêmeos compartilharam momentos parecidos no mesmo período da vida e se conhecem muito bem, o que explica alguns mitos sobre a conexão entre eles. De acordo com uma pesquisa da Universidade de Oxford, em 30 anos, houve um aumento de pelo menos 10% no número de nascimento de gêmeos em mais de 70 países.

Tipos de gêmeos

Gêmeos são irmãos que nasceram de uma mesma gestação. Eles podem ser:

  • Univitelinos, caso em que a fecundação aconteceu em um óvulo. São os chamados gêmeos idênticos
  • Bivitelinos, gerados em dois óvulos diferentes. São os chamados gêmeos fraternos

 

Crescendo com um irmão gêmeo

Gêmeos Rafael e Samuel Filipe. — Foto: Arquivo pessoalGêmeos Rafael e Samuel Filipe. — Foto: Arquivo pessoal

Para os gêmeos Rafael Filipe e Samuel Filipe, de 29 anos, as melhores coisas em ter um irmão da mesma idade são a união, a cumplicidade e a lealdade. Rafael é empresário e Samuel é personal trainer. Os dois vivem em Sobradinho, no Distrito Federal.

A gestação foi bivitelina, logo, não são gêmeos idênticos. Os irmãos contam que, fisicamente, se acham muito diferentes.

“A primeira coisa que o pessoal pergunta é se a gente se parece, ou então pede para ver foto. Mas já deixo bem claro que a gente é bivitelino”, conta Rafael.

 

Os irmãos dizem que são unidos e que não tiveram dificuldades em crescer juntos. “Sempre foi um relacionamento de um cuidando do outro”, diz Rafael.

Questionados sobre os mitos que circulam sobre os gêmeos, como a ideia de que podem pensar ou sentir a mesma coisa, os irmãos explicam que a vivência permite que eles acabem se conhecendo muito bem e, por isso, podem perceber com mais facilidade o que o outro está passando, mas que isso não é fruto de uma “conexão extraordinária”.

Samuel diz que uma vez ouviu o mito de que os anjos que protegem um irmão também protegem o outro, por exemplo. E achou que fazia algum sentido.

“Pode ser um mito, mas passei a acreditar que isso é verdade”, conta Samuel.

 

É verdade que… 

Quem tem irmão gêmeo pode se deparar com perguntas curiosas sobre vínculo. O g1 ouviu especialistas que explicam algumas delas.

  • Irmão gêmeos têm uma conexão diferente?

Para Marlon Santana, psicólogo especialista em análise do comportamento, os irmãos gêmeos vivenciam situações parecidas no mesmo momento da vida, o que fortalece essa conexão entre eles.

“É esperado eles terem comportamentos parecidos”, diz Marlon Santana.

 

A psicóloga clínica Soraya Nô Seara reforça que existe um vínculo desde a gestação. Para Soraya, uma curiosidade é que os gêmeos procuram, de certa forma, um equilíbrio e harmonia entre si.

  • Gêmeos pensam e sentem a mesma coisa?

Marlon Santana explica que, na verdade, os irmãos gêmeos se conhecem muito bem. Ele lembra que em alguns momentos os gêmeos podem até ser tratados pelos familiares como se fossem iguais.

“Eles se conhecem bastante, por isso passa essa impressão de que eles são iguais, que pensam igual”, diz o psicólogo.

  • Irmãos gêmeos podem pressentir quando um precisa do outro?

Soraya Nô Seara conta que como um pode ter um “conhecimento” a mais sobre as características do outro, eles podem saber com mais precisão o que o outro precisa.

  • Gêmeos sofrem quando estão separados?

Marlon Santana diz que a resposta depende do contexto, mas que de modo geral isso é mito. Ele explica que se os irmãos constroem suas individualidades, não existe um “sofrimento” quando se separam.

O psicólogo também lembra que escolas orientam que os irmãos estudem em salas separadas para que cada um trabalhe suas características individuais.

Primeiros gêmeos de Brasília

Primeiros gêmeos nascidos em Brasília, em 1956. — Foto: Revista Brasília/Arquivo Público do DF

Primeiros gêmeos nascidos em Brasília, em 1956. — Foto: Revista Brasília/Arquivo Público do DF

Em Brasília, os primeiros gêmeos nasceram enquanto a nova capital federal ainda estava em construção, em 1956Em fevereiro de 1957, a Revista Brasília publicou a foto de Roberto e Ricardo (veja acima).

No pequeno espaço dedicado à notícia, o periódico apresenta os bebês nascidos em 14 de dezembrofilhos do casal José Luiz de Alcântara e Maria Ana de Alcântara.

“O nascimento dos gêmeos teve lugar na fazenda ‘do Tôrto’, (junto ao ribeirão Tôrto) onde residem seus pais”, publicou a Revista Brasília, em 1957.

 

Os gêmeos foram registrados no cartório do Registro Civil de Anápolis (GO), em 23 de dezembro de 1956, e batizados na matriz de Sant’Ana. O g1 procurou Roberto e Ricardo, mas não conseguiu localizar os irmãos.

Aumento de nascimentos de gêmeos no mundo

De acordo com pesquisa da Universidade de Oxford, em 30 anos, houve um aumento de pelo menos 10% na incidência do nascimento de gêmeos em mais de 70 países. Em alguns casos, esse aumento chegou a 30%.

Em muitos países o índice cresceu por causa da disseminação dos tratamentos de fertilização e porque as mulheres estão engravidando mais tarde.

Como atualmente há mais de 8 bilhões de pessoas no planeta, a probabilidade de haver as similaridades entre as pessoas, mesmo sem parentesco, também aumentou.

Fonte: g1

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