Filho e auxiliar técnico de Ramón Díaz, Emiliano Díaz rompeu o silêncio sobre a relação dele e de seu pai com a 777 Partners, até então dona majoritária das ações da SAF (Sociedade Anônima do Vasco) do Vasco, e seus funcionários. E revelou que muitas promessas feitas não foram cumpridas.
Em entrevista ao Futebolaço Podcast, Emiliano revelou a dificuldade de conseguir reforços pedidos à diretoria. E segundo ele, de 28 nomes sugeridos, apenas um foi contratado.
O filho de Ramón ainda confidenciou que já estava “tudo certo” para que o volante colombiano Gustavo Cuéllar, campeão pelo rival Flamengo e atualmente no Al Shabab, da Arábia Saudita, fosse reforço do Cruz-maltino. Mas, de uma hora para a outra, a transferência não aconteceu.
“Tudo (promessas não foram cumpridas). Melhorar o CT, o CT não está à altura do Vasco, sobretudo (pedidos por) jogadores. Indicamos 28 jogadores, e só chegou um, o (Robert) Rojas. Queríamos usá-lo como lateral e zagueiro. Estávamos sozinhos, não tínhamos ninguém, éramos nós e o grupo (de jogadores), não é legal trabalhar assim, é difícil. Acontece qualquer coisa com qualquer jogador e você tem que resolver tudo, coisas que eu não tinha que resolver, que o Ramón não tinha que resolver, mas estávamos lá e tínhamos que resolver pelo bem do grupo”, começou por dizer.
“Nós não sabíamos o orçamento que tínhamos no ano, nunca soubemos se tínhamos R$ 1 para gastar. Começaram a chegar jogadores, nós pedíamos as nossas indicações e diziam ‘sim, eles virão’. E isso nunca aconteceu. Vem fulano, perguntávamos se viria quem pedimos, e falavam ‘sim, fica tranquilo’. E assim passavam as semanas e nunca chegaram. Foi uma desilusão muito grande, tínhamos a esperança de fazer outras coisas”, prosseguiu.
“Com Gustavo Cuéllar aconteceu o mesmo, já estava tudo fechado, depois não sei o que aconteceu. O Gustavo é doido para voltar a trabalhar com a gente, é um cara que você pode ir à guerra com ele. E dos 28 jogadores (indicados) também, um foi para o Boca, outro para o Corinthians, e servem para todos os clubes, menos para o Vasco. Não é que valiam (muito dinheiro), eram jogadores de preços que o Vasco podia pagar. Não (posso citar os nomes), é uma questão de ética profissional que nunca romperia”, conclui.
Ramón e Emiliano deixaram o comando do Vasco no final de abril, no dia da sonora goleada por 4 a 0 sofrida para o Criciúma, em São Januário, pelo Brasileirão. Desde então, a dupla está livre no mercado.