Pivô de investigação no Corinthians diz à polícia que achou VaideBet via ChatGPT e não tem provas de intermediação

Jozzu/Agência Corinthians

Em depoimento dado à Polícia Civil nesta terça-feira (25), em São Paulo, Alex Fernando André, o Alex Cassundé, pivô de investigação sobre a negociação envolvendo Corinthians e VaideBet, disse ter encontrado a empresa do ramo de apostas no ‘ChatGPT’, sistema de inteligência artificial que reproduz respostas imediatas sobre um determinado assunto.

A ESPN apurou com fontes das Polícia Civil o conteúdo do depoimento onde Cassundé afirma ter feito a seguinte pesquisa no ChatGPT: ‘dicas de como encontrar bets’. E o resultado colocou a VaideBet entre as diversas casas de apostas que atuam no país.

Cassundé disse ter procurado informações no Google sobre a VaideBet, encontrando um telefone de contato. No entanto, ao tentar uma negociação, afirmou ter escutado de um representante da VaideBet que a empresa só conversaria diretamente com o Corinthians.

Diante deste cenário, Cassundé disse ter passado o contato do representante para Marcelo Mariano, diretor administrativo do Corinthians e ‘braço direito’ do presidente Augusto Melo. No entanto, Cassundé não apresentou provas à Polícia Civil que comprovem tal intermediação.

Quando questionado sobre o montante de R$ 1,4 milhão de comissão repassado pelo Corinthians, Cassundé não apresentou provas sobre o repasse R$ 1 milhão para a empresa Neoway Soluções Integradas, apontada pela Polícia Civil como empresa ‘fria’ registrada em nome de um laranja. Segundo ele, a Neoway foi contratada com o intuito de adquirir equipamentos de telemedicina, que não foram entregues.

Apesar do ‘golpe’, Cassundé não registrou nenhum tipo de Boletim de Ocorrência e não apresentou mensagens e documentos que comprovam tal negociação.

Ainda no depoimento, ele foi questionado sobre a relação com o presidente Augusto Melo. Cassundé afirmou ter tido apenas dois contatos com o agora presidente do Corinthians: na posse de Augusto como presidente e em uma live, além da participação como voluntário na campanha.

Sobre os prints de uma suposta conversa que envolveria repasses de dinheiro através de um ‘laranja’ pela empresa Rede Social Media Design Ltda, que tem Cassundé como sócio e foi responsável pela intermediação do negócio entre Corinthians e VaideBet, ele nega a veracidade da conversa. A Polícia Civil também ainda não conseguiu concluir se as imagens são verídicas.

Nesta terça-feira (25), Cassundé também entregou o celular para a Polícia Civil e teve o sigilo telemático quebrado.

CORINTHIANS E VAI DE BET: ENTENDA O CENÁRIO

Intermediária no contrato entre Corinthians e VaideBet, a Rede Social Media Design Ltda tem como sócio Alex Fernando André, conhecido nos bastidores como Alex Cassundé, que atuou na equipe de comunicação de Augusto Melo durante a campanha eleitoral à presidência após indicação de Sergio Moura, contratado na gestão como superintendente de marketing.

A possível existência de “laranja” ligada à empresa intermediária do contrato entre Corinthians e VaideBet foi revelada após publicação de reportagem do jornalista Juca Kfouri, no “UOL”.

A reportagem citou ainda que os dois pagamentos no valor de R$ 700 mil com intervalo de três dias foram feitos à revelia do diretor financeiro Rozallah Santoro, que estava fora do Parque São Jorge, e autorizados pelo diretor administrativo Marcelo Mariano.

O Corinthians chegou a enviar à Rede Social Media Design Ltda, que fez a intermediação do acordo, uma notificação extrajudicial cobrando esclarecimentos pelas notícias de transferências, uma no valor de R$ 580 mil e outra de R$ 462 mil, para a Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda, empresa que teria o nome de Edna Oliveira dos Santos como sócia.

Como revelado pelo UOL, o endereço fiscal da empresa está localizado em um prédio comercial na Avenida Paulista, em escritório do modelo “coworking”, mas que jamais teria sido frequentado por alguém da Neoway Soluções Integradas em Serviços Ltda. Edna, citada como sócia e que reside na cidade de Peruíbe, no litoral sul de São Paulo, nega ser dona da companhia.

A investigação é por possível crime contra a administração e surgiu com base no artigo 5, parágrafo 3 do Código Penal, que afirma que:

“Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito”.

Fonte: ESPN

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