A disparada do dólar, nas últimas semanas, reforçou a posição da ala no governo que defende um corte de gastos públicos para acalmar o mercado.
Essa postura será defendida por integrantes da equipe econômica, nesta quarta-feira (3), em reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio do Planalto.
Sem abrir mão de um processo mais cirúrgico de um pente-fino nos gastos públicos, tentando identificar fraudes e desperdícios em programas como o Proagro e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), essa ala espera que o presidente seja convencido da necessidade de ajustar as despesas do governo.
A próxima avaliação bimestral de receitas e despesas, quando há uma janela para novo bloqueio orçamentário, será divulgada em 22 de julho.
Economistas de bancos e consultorias falam em um corte de pelo menos R$ 15 bilhões como pré-requisito para o governo reconquistar a confiança do mercado no cumprimento da meta de déficit zero — com tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB — em 2024.
Formalmente, a reunião desta quarta-feira é da Junta de Execução Orçamentária (JEO). Está marcada para tratar da lei orçamentária de 2025 e do calendário interno do governo para definição da proposta.
Mas, na avaliação de ministros ouvidos pela CNN, não há como deixar de falar do corte imediato de despesas.
Um interlocutor direto do presidente destaca que a lista de possíveis gastos que podem ser cortados é grande, mas somente Lula dará a palavra final.
Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa Civil), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento) e Esther Dweck (Gestão e Inovação) estarão no encontro. O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, e o secretário especial de Análise Governamental da Casa Civil, Bruno Moretti, também estarão presentes. A reunião com Lula está prevista para 16h30.