O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, conhecido pelo envolvimento na morte de Eliza Samudio, deu entrada nesta quinta-feira (4) no Presídio de Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, por outro assassinato. Trata-se do homicídio de Devanir Claudiano Alves, em 2009, no bairro Juliana, na Região Norte da capital.
Segundo denúncia do Ministério Público, Bola foi contratado pelo comerciante Antônio Osvaldo Bicalho, que teria descoberto um relacionamento extraconjugal da esposa com a vítima.
Em 2019, tanto Bola quanto o comerciante foram condenados pelo crime e receberam o direito de recorrer em liberdade, mas o ex-policial já cumpria pena pela morte de Samudio.
Com o fim dos recursos, a Justiça determinou as prisões na última segunda-feira (1º). O ex-policial foi preso em casa, no bairro Santa Clara, em Vespasiano, na Grande BH. Ele não resistiu à ordem de prisão.
Bola no caso Eliza Samudio
Eliza Samudio desapareceu em 2010 e seu corpo nunca foi encontrado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade, mas um exame de DNA comprovou a paternidade.
De acordo com a Justiça, em 2010, Eliza foi levada à força do Rio de Janeiro por Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, amigo de Bruno, para um sítio do goleiro, em Esmeraldas, na Grande BH, onde foi mantida em cárcere privado.
Depois, a vítima foi entregue para o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que a asfixiou e desapareceu com o corpo, que não foi encontrado até hoje. O bebê, batizado de Bruninho, foi achado com desconhecidos em Ribeirão das Neves.
Em 8 de março de 2013, Bruno foi considerado culpado pelo homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado da jovem. Ele foi sentenciado a 22 anos e três meses de prisão pela morte e ocultação do cadáver de Eliza, além do sequestro do filho da jovem.
Um mês depois, Bola foi condenado a 22 anos de prisão, por homicídio e ocultação do cadáver de Samudio. Em depoimento, disse durante seu interrogatório que “jamais” mataria alguém, muito menos receberia por isso”.
Bola ficou preso na Casa de Custódia da Polícia Civil, em Belo Horizonte, e em 2014 foi transferido para a penitenciária Nelson Hungria, em Contagem. Depois, voltou para a Casa de Custódia, em regime semiaberto, e ficou em prisão domiciliar entre 2020 e 2021, durante a pandemia da Covid-19, e depois retornou mais uma vez para a Casa de Custódia.