A mãe de Laura Maria Nascimento Braga, acusada de assassinar a garota a facadas dentro da casa da família, em Rio Largo, no último sábado, 06, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva durante audiência de custódia.
A audiência de custódia foi realizada na manhã do domingo, 07, no Foro Plantonista da 1º Circunscrição. Na ocasião, o representante do Ministério Público Estadual opinou pela homologação da prisão em flagrante e sua conversão para preventiva. Já a defesa solicitava a liberdade provisória com cumprimento de medidas cautelares, inclusive com monitoramento eletrônico.
No entanto, após avaliar a situação e as provas, a juíza decidiu seguir a orientação do MPE/AL e manteve a acusada presa. “Posto isso, com fulcro nos artigos 311, 312 e 313, todos do CPP, homologo a prisão em flagrante e converto a prisão em flagrante da acusada, devidamente qualificada, em prisão preventiva, mantendo a flagrada recolhida no local em que se encontra”, relata a magistrada.
Investigações
A Polícia Civil de Alagoas segue com as investigações sobre o caso. Nesta manhã, uma equipe da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), sob o comando da delegada Rosimeire Vieira, estiveram na residência da família e conversaram com parentes e vizinhos.
“Estivemos hoje pela manhã onde ela morava e os vizinhos estão consternados. Estão sem entender o que levou a mãe a agir desta maneira tendo em vista que era uma criança bem cuidada. Estivemos na casa e percebemos o quarto da menina arrumado com muito brinquedos. Ela tinha sim cuidado e era amada. Isto é o que percebemos ouvindo a família e os vizinhos”, disse a delegada em entrevista à TV Pajuçara.
Sobre a dinâmica do crime, a PC/AL ainda não segue realizando os levantamentos sobre o que poderia ter levado a mãe a matar a pequena Laura Maria. “Que a autoria do crime partiu dela, isso não resta dúvida. Temos a informação de que a mãe teve um surto psicótico. Considerando a inquirição dos vizinhos, eles ouviram os gritos de socorro e ao chegar na casa, tiveram que arrombar a residência. Lá, so estavam as duas. Além disso, a menina se referia a mãe dando a entender que houve um atrito anterior. Para saber se foi surto, precisamos estabelecer se ela fazia uso de remédio controlado, se tinha histórico de insanidade mental, era usuária de drogas ou ingeriu alguma bebida alcoólica. Precisamos entender o que pode ter motivado o crime e todas as circunstâncias. Tudo será apurado e encaminhado à Justiça”, afirmou a delegada.
Esta semana, o pai de Laura Maria, vizinhos e outros parentes passarão por depoimentos com o intuito de acrescentar novos elementos que expliquem a motivação da morte da criança.
Entenda o caso
Na manhã de sábado, 06, a acusada foi presa após matar a filha, Laura Maria Nascimento Braga, de apenas sete anos, a facadas dentro da casa da família, na Rua do Sol, localidade “Morro”, no Centro de Rio Largo. Na ocasião, vizinhos arrombaram a porta da casa após ouvirem gritos vindos da residência da família. Lá, a menina estava ferida e ensanguentada. A tia da vítima realizou o socorro da criança até o Hospital IB Gatto, mas a menina acabou morrendo. A mãe da criança negou o crime, mas foi presa em flagrante pelos policiais do 8º BPM.
Segundo os peritos da Polícia Científica, Laura Maria morreu em decorrência de um choque hemorrágico. No exame cadavérico, foram encontradas lesões perfuro-cortantes nas regiões cervical, torácica e da cabeça. Também foram encontradas equimoses provocadas por lesões contusas na região da face, cabeça, pescoço e no flanco esquerdo do corpo da menina.
“No exame não foi constatado sinais evidentes de violência sexual na criança”, explicou o perito médico legista Joelson Rodrigues.
Caso Laura: menina morreu de choque hemorrágico e não há sinais de violência sexual