Um indígena de 44 anos foi espancada até a morte e teve o corpo jogado em uma casa em chamas, na cidade de Prado, no extremo sul da Bahia. Segundo a Polícia Civil do município, quatro suspeitos de cometerem o crime foram presos.
O crime aconteceu na noite de domingo (14), na Aldeia Corumbalzinho, e as prisões ocorreram após uma operação feita na segunda-feira (15), segundo informações passadas pela 8ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Teixeira de Freitas).
As investigações apontaram que os suspeitos cometeram o crime ao considerarem Miscilene Dajuda Conceição, responsável pela morte do marido dela, Lucimar Rocha da Silva, de 40 anos.
De acordo com a 8ª Coorpin/Teixeira de Freitas, Lucimar, que também era indígena, morreu durante um incêndio na casa que morava com Miscilene, por volta das 19h de domingo, provocado por ele mesmo.
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As investigações apontaram que o indígena jogou gasolina e ateou fogo em um dinheiro e que as chamas se espalharam pela casa. O fato teria ocorrido após uma discussão com a companheira, por causa da divisão dos valores recebidos pela venda de artesanatos, vendidos pelo casal no sábado (13).
Lucimar, alcoolizado, teria ficado chateado e resolveu queimar o dinheiro recebido pelo casal. Apenas Miscilene conseguiu sair da casa. O marido dela teve o corpo carbonizado.
Mulher foi torturada
Conforme informações passadas pela unidade policial, um irmão de Lucimar, que mora na Aldeia Águas Belas, o cacique dele, além do pai e do irmão do líder religioso foram os autores do crime contra Miscilene.
Segundo os relatos de testemunhas, a índigena foi espancada, atirada na casa em chamas e quando corria, era novamente agredida e empurrada para dentro do imóvel.
Enquanto as agressões eram cometidas pelo cunhado da vítima e pelo pai do cacique da Aldeia Águas Belas, as testemunhas presentes eram ameaçadas pelo líder religioso e o irmão dele. A dupla justificou que o crime “era coisa de família”.
Durante a sessão de tortura, a vítima Miscilene não resistiu e morreu antes de ser socorrida.
Prisões dos suspeitos
As prisões dos suspeitos foram feitas após uma operação realizada por equipes da 8ª Coorpin, das delegacias territoriais das cidades de Itamaraju e Prado, além da Coordenação de Apoio Técnico à Investigação (CATTI/Extremo Sul).
👉 Os três primeiros presos foram o cacique da Aldeia Águas Belas, o pai e o irmão dele. Os três negaram que tenham cometido o crime.
👉 Já o irmão de Lucimar foi preso no Instituto Médico Legal (IML) de Itamaraju, quando resolvia a liberação do corpo do familiar morto no incêndio.
A Coorpin informou que durante o interrogatório, o irmão de Lucimar alegou não lembrar de nada do que ocorreu. Informou que nem negava, nem afirmava a autoria do crime.
Os quatro indígenas estão à disposição da Justiça e devem passar por audiência de custódia na Vara Criminal da Comarca de Itamaraju.