Ranking ESPN dos 25 maiores atletas brasileiros do século 21; alagoana Marta ocupa 2ª posição

25. Rayssa Leal, skate

Principais feitos desde 2000: Prata nas Olimpíadas de Tóquio. Um ouro, uma prata e um bronze em Mundiais da World Skate. Dois ouros e duas pratas em Mundiais da Street League Skateboarding.

É praticamente impossível entrar em uma lista de 25 maiores nomes de alguma coisa sendo menor de idade, certo? Pois Rayssa Leal está no top 25 de atletas brasileiros no século e tem apenas 16 anos! Ela foi para as Olimpíadas de Tóquio com 13 e já voltou com uma medalha de prata. Depois disso, subiu ainda mais o nível e ganhou três ouros em edições de diferentes Mundiais. Antes mesmo dos 18, já se transformou em um dos grandes nomes do skate mundial. E o mais impressionante é que a “Fadinha” ainda parece ter a carreira toda pela frente para fazer coisas ainda maiores. É um fenômeno como talvez a gente nunca tenha visto antes!

24. Daiane dos Santos, ginástica

Principais feitos desde 2000: Campeã mundial no solo em 2003.

O caminho de uma medalha de ouro em Olimpíadas geralmente começa muitos anos antes. Alguém abre a porta e transforma o futuro. Essa é Daiane dos Santos na ginástica. Nossa baixinha de 1,46m foi a primeira ginasta brasileira a conquistar uma medalha de ouro em Mundiais. Foi peça fundamental para que a seleção brasileira feminina classificasse uma equipe completa pela primeira vez aos Jogos. Criou e nomeou movimentos. E talvez tenha sido a primeira a fazer uma música brasileira (Brasileirinho) mundialmente famosa por conta de uma série de ginástica. Daiane nunca subiu ao pódio em Olimpíadas, mas sem ela possivelmente não teríamos Rebecas conquistando o mundo hoje. E é impossível pensar uma lista dos maiores atletas brasileiros sem ela.

23. Rafaela Silva, judô

Principais feitos desde 2000: Campeã Olímpica. Dois ouros, três pratas e dois bronzes em Mundiais.

A nossa Rainha do Rio de Janeiro traz um mar de representatividade e conquistas para a lista de maiores atletas do século. Rafaela Silva saiu da favela da Cidade de Deus, venceu todos os preconceitos que uma mulher negra enfrenta em nosso país para ser campeã olímpica e bicampeã mundial. Rafa já mereceria lugar no ranking apenas pelos feitos esportivos, mas vai além. Ela diz que o ouro na Rio 2016 transformou a vida dela. Mas a medalha transformou a vida de muito mais gente. Afinal, Rafaela é espelho e referência, mostra diariamente um caminho diferente para muitas pessoas em posição de dificuldades. Em Paris, ela chega novamente com chances de medalha. E pode escalar mais posições no ranking de maiores atletas do Brasil.

22. Fabi, vôlei

Principais feitos desde 2000: Bicampeã olímpica. Duas pratas em Mundiais. Cinco vezes campeã do Grand Prix.

A melhor de sua posição na história. Não há muitos que discordem que Fabi é a maior líbero de todos os tempos no vôlei. Afinal, ela ganhava esse prêmio em praticamente toda competição que disputava. Fabi faz parte do seleto grupo de oito mulheres brasileiras que são bicampeãs olímpicas (ao lado de cinco companheiras da seleção de vôlei, além da dupla Martine Grael e Kahena Kunze da vela). Os lances de suas defesas impressionantes aparecem até hoje entre os melhores da história do esporte. Como Serginho foi para o vôlei masculino, Fabi não precisou marcar um ponto sequer para ser uma das grandes caras da seleção feminina e uma das maiores atletas brasileiras do século.

21. Vanderlei Cordeiro de Lima, atletismo

Principais feitos desde 2000: Bronze na Olimpíada de Atenas.

Vanderlei Cordeiro de Lima talvez seja nosso atleta menos condecorado dessa lista. Mas talvez nenhum brasileiro na história represente mais o espírito olímpico do que ele. Sua cena nas Olimpíadas de Atenas, em 2004, é uma das mais épicas da história dos Jogos. Vanderlei estava surpreendendo o mundo todo ao liderar a maratona até o quilômetro 35 (sete antes da chegada). Nesse momento, porém, acabou atacado por um padre irlandês, que o empurrou para fora da pista. Com a ajuda de um fã, ele até conseguiu se desvencilhar do ataque e voltar à prova. Muito atrapalhado, ele acabou ultrapassado por dois concorrentes e entrou no estádio para ganhar “apenas” a medalha de bronze. Mesmo assim, comemorou com um “aviãozinho” e foi ovacionado pelo público. Recebeu a Medalha Pierre de Coubertin, concedida pelo COI para atletas que valorizam a competição olímpica mais do que a vitória, uma honra elevadíssima. Isso também o transformou em um dos maiores símbolos olímpicos ao redor do mundo e o concedeu um lugar especial na lista de maiores atletas do século no Brasil.

20. Maurren Maggi, atletismo

Principais feitos desde 2000: Campeã olímpica em 2008. Uma prata e um bronze em Mundiais.

Uma fênix que ressurgiu das cinzas, voou no Ninho de Pássaros e aterrissou como uma das maiores da história do esporte brasileiro. Maurren Maggi tinha tudo para começar sua história logo no primeiro ano do nosso recorte de tempo, quando chegou às Olimpíadas de 2000, em Sydney, como líder do ranking mundial do salto em distância e grande favorita ao ouro. Mas uma lesão logo no primeiro salto tirou dela qualquer chance de medalha. A redenção poderia ser quatro anos depois, mas uma suspensão por um doping comprovadamente acidental a tirou dos Jogos. Em 2008, em Pequim, ela não tinha nem perto do favoritismo de antes. Mas voou logo no primeiro salto, secou as rivais até o fim e ganhou o ouro por um centímetro. Um único centímetro que a coloca como única mulher brasileira a ganhar uma prova olímpica no atletismo. E um único centímetro que a coloca como uma das maiores atletas de nossa história, sem dúvidas…

19. Falcão, futsal

Principais feitos desde 2000: Dois ouros, uma prata e um bronze da Copa do Mundo de futsal. Quatro vezes eleito o melhor jogador de futsal do mundo.

Não há sinal maior de grandeza do que ter o seu nome praticamente atrelado à história de sua modalidade. É assim com Falcão e o futsal. Há um esporte antes e um depois de Falcão. Ele é o grande responsável pela modalidade profissional ter se difundido tão rápido mundo afora. Todo mundo no planeta parava boquiaberto em frente a uma TV tentando entender os dribles geniais realizados em um espaço curtíssimo dentro de uma quadra. Falcão é tão grande que fez até a Fifa abrir os olhos. A entidade mais poderosa do mundo “incorporou” o futsal por entender o potencial de público que ele trazia. Não haveria o futsal como conhecemos hoje sem Falcão. E não há como ter uma lista de maiores do esporte brasileiro sem ele também!

18. Torben Grael, vela

Principais feitos desde 2000: Um ouro e um bronze em Olimpíadas.

Torben Grael é sem dúvidas um dos maiores nomes do esporte brasileiro, mas acabou um pouco “prejudicado” pelo recorte do ranking (desde 2000). O velejador é o atleta do país com mais medalhas olímpicas, mas três das cinco que ele tem vieram nos anos 80 e 90. De qualquer forma, ele é campeão de Atenas 2004 e bronze em Sydney 2000. E seus feitos no esporte são tão grandiosos que ele não foi esquecido mesmo com parte das conquistas no século passado. Como se não bastasse a própria carreira, Torben ainda é pai de Martine Grael, atual bicampeã olímpica. Uma família para lá de vencedora e que mistura a própria história com a do esporte olímpico do país.

17. Sheilla, vôlei

Principais feitos desde 2000: Bicampeã olímpica. Duas pratas e um bronze em Mundiais. Sete vezes campeã do Grand Prix.

Uma das maiores jogadoras de vôlei de todos os tempos no mundo. Sheilla é uma das oito mulheres do Brasil que são bicampeãs olímpicas (são mais cinco colegas da seleção de vôlei, além da dupla Martine e Kahena da vela). Ela também tem uma vasta e impressionante galeria de troféus por clubes do mundo afora e é reverenciada tanto na Itália, quanto na Turquia, as duas praças mais tradicionais do vôlei feminino. Mas o que mais impressiona é o número de troféus individuais. Por onde passou, sempre foi a maior pontuadora, a melhor atacante, a melhor sacadora… Não poderia, portanto, ficar de fora de uma lista das maiores da história do esporte brasileiro.

16. Arthur Zanetti, ginástica

Principais feitos desde 2000: Campeão olímpico em 2012 e vice-campeão olímpico em 2016. Um ouro e três pratas em campeonatos mundiais.

Se tornar o primeiro atleta do país a ser campeão olímpico em uma modalidade e ainda batendo na final uma das lendas do seu esporte? Foi o que Arthur Zanetti fez em 2012. Os tempos em que o Brasil não tinha nenhuma medalha na ginástica já parecem distantes, mas foi Arthur o primeiro a quebrar essa barreira ao subir no posto mais alto do pódio das argolas superando um chinês que era tetracampeão do mundo na ocasião. Depois daquela conquista, Zanetti falou que não transformaria seu estilo de ser para “divulgar” a ginástica no Brasil. E ele não precisou mesmo! Só continuou com sua excelência profissional, se tornou campeão mundial e ainda levou mais uma prata olímpica. Não precisou mudar sua essência, mas se tornou, sim, a cara da ginástica brasileira. E deixou a modalidade ainda maior do que antes. Um pequeno gigante do nosso país.

15. Mayra Aguiar, judô

Principais feitos desde 2000: Três vezes campeã do mundo. Três medalhas de bronze em Olimpíadas. Brasileira com mais pódios em Jogos Olímpicos.

Simplesmente a mulher brasileira com mais medalhas em um esporte individual em Olimpíadas. Essa é Mayra Aguiar. A gaúcha é daqueles fenômenos do esporte, mas que teve que vencer muita coisa para chegar aonde chegou. Mayra estreou em Olimpíadas ainda com 17 anos de idade, em 2008, mas logo teve uma lesão no joelho no ano seguinte. E essa seria a grande batalha de sua carreira. No total, foram sete cirurgias que a tiraram por um bom tempo dos tatames. Mas mesmo isso não a impediu de ser uma gigante do esporte brasileiro. São três títulos mundiais para ela (além de outras duas pratas e três bronzes). Em Jogos Olímpicos, ela tem três pódios, todos com medalhas de bronze. E a tão sonhada conquista do ouro pode vir agora em Paris. Mayra fez uma preparação toda especial, disputou menos torneios no ciclo para poupar o corpo e chega à França com a expectativa de subir os degraus do pódio – e também posições nesse nosso ranking.

14. Martine Grael/Kahena Kunze, vela

Principais feitos desde 2000: Bicampeãs olímpicas e campeãs do mundo. Outras quatro pratas e um bronze em Mundiais.

A lista deveria contar com apenas um(a) atleta por posição. Mas não há como separar Martine Grael de Kahena Kunze. As duas cresceram juntas nas regatas da Baía de Guanabara e competiram juntas durante a maior parte da carreira. E – juntas – entraram para a lista das maiores atletas do país. Se tornaram bicampeãs olímpicas em 2016 e 2020, se igualando a outras seis jogadoras de vôlei como as únicas mulheres com duas medalhas de ouro. Para melhorar ainda mais, o segundo ouro veio em um verdadeiro show, mostrando que estão conectadas com o mar e com os ventos como ninguém. Em Tóquio, elas pegaram um “caminho” completamente diferente das rivais e terminaram na frente para subir ao local mais alto do pódio. E elas ainda podem escalar bons lugares na lista em alguns dias, já que brigam pelo tri em Paris. Que os ventos franceses empurrem nossas “Rainhas da Natureza” ainda mais para o topo.

13 – Popó, boxe

Principais feitos desde 2000: Supercampeão mundial (cinturões WBA e WBO) superpena de boxe com nove defesas de título. Duas vezes campeão mundial WBO do peso leve.

Não há muita gente no mundo que consiga ficar em pé por muito tempo em um ringue com Acelino de Freitas; Popó estreou no boxe profissional em 1995 e já logo enfileirou uma sequência incrível de 29 nocautes. A série lhe rendeu o primeiro título mundial do peso superpena, ainda em 1999. A conquista em si até está fora do nosso recorte de calendário, mas isso não é um problema. Afinal, Popó defendeu esse cinturão nove vezes do ano 2000 para frente. E ele quis ainda mais: subiu de categoria e conquistou também o título dos pesos leves. Popó encerrou sua carreira com 41 vitórias (34 nocautes) em 43 lutas profissionais. E, mesmo muito tempo depois, ainda voltou a ser um dos atletas mais famosos do país por conta de suas lutas de exibição contra nomes como Whindersson Nunes e Kléber Bambam. Até hoje, ele faz as pessoas pararem para vê-lo lutar. E até hoje deixa seus rivais caídos na lona.

12. Anderson Silva, MMA

Principais feitos desde 2000: Campeão do UFC entre 2006 e 2013 – maior reinado da história da organização. Maior sequência de vitórias da história do UFC. Hall da Fama do UFC.

Ser o responsável por popularizar um esporte no Brasil é para pouquíssimos. E Anderson Silva tem esse feito em seu currículo. Muito por conta dele, o MMA “explodiu” tanto que se transformou em uma das modalidades mais importantes do país. Não há quem não tenha visto ao menos uma vez o nocaute dele com um chute que acertou em cheio o rosto de Vitor Belfort. E aquele foi apenas um dos momentos de genialidade de um dos nossos maiores gênios da história. Spider sempre foi imprevisível, sempre tinha um golpe para tirar da cartola e deixar o mundo todo boquiaberto. Foi campeão do UFC entre 2006 e 2013, o maior reinado da organização – nunca ninguém foi campeão por tanto tempo. E entra em todas as discussões sobre o maior lutador de todos os tempos no mundo. Não há como discutir o tamanho dele para o esporte nacional.

11. Ronaldinho Gaúcho, futebol

Principais feitos desde 2000: Campeão da Copa do Mundo de 2002, bronze nas Olimpíadas de 2008. Melhor jogador do Mundo de 2004 e 2005 pela FIFA. Campeão da Champions League em 2005/06 e da CONMEBOL Libertadores de 2013.

Poucos jogadores representaram tanto a alegria do futebol brasileiro quanto Ronaldinho Gaúcho. Desde que surgiu dando lençol na Copa América, todo mundo sempre “olhou o que ele fez”! E todos sempre se encantaram com o que viram. Ronaldinho driblou tanto e foi tão mágico em campo que ganhou o apelido de “Bruxo”. Também levantou quase todas as taças que conseguiu. Foi um dos primeiros a ser campeão tanto da Champions League, quanto da Libertadores. E também foi peça fundamental do penta da seleção em 2002. Virou ídolo de todas as crianças ao redor do mundo e ainda teve o papel de mentor de ninguém menos que Lionel Messi no Barcelona. Sempre com seu tradicional sorriso no rosto. Definitivamente não é nenhum rolê aleatório o nome dele ser tão lembrado em nosso ranking!

10. Giba, vôlei

Principais feitos desde 2000: Um ouro e duas pratas olímpicas. Três vezes campeão mundial e oito vezes campeão da Liga Mundial. Hall da Fama do vôlei.

Giba neles! Por muito tempo, ele foi o mais decisivo da seleção mais vitoriosa no país. Era bola para ele, e ponto para o Brasil. Essa fórmula rendeu três títulos mundiais e três finais olímpicas para o time de vôlei. A conquista do ouro nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004 é a mais emblemática para ele, que foi eleito o melhor jogador da competição e ainda responsável pelo ataque do ponto decisivo. A combinação da habilidade com os títulos e com a narração tão marcante transformou Giba no símbolo do vôlei brasileiro. Mas ele também é gigantesco fora do país e chegou até a ganhar eleições como o maior jogador da história da modalidade. Não há ranking dos maiores do Brasil sem Giba nele!

9. Ana Marcela Cunha, maratona aquática

Principais feitos desde 2000: Campeã olímpica e 7 vezes campeã mundial – além de duas pratas e sete bronzes em Mundiais.

Uma mulher que transformou a história de toda uma modalidade. Essa é Ana Marcela Cunha! A maratona aquática nunca viu alguém tão completa como ela. Ninguém foi tão bom em todas as provas, dos 5km, dos 10km e dos 25km. Tão boa e completa que conquistou 16 medalhas em mundiais e foi eleita nada menos que oito vezes como a melhor do mundo no esporte. A maior consagração, porém, veio em terras olímpicas japonesas, quando conquistou o tão sonhado ouro dos Jogos. Como se não bastasse isso tudo, Ana Marcela também sempre foi gigantesca também fora das águas. Como ela mesma diz: “mulher, lésbica e nordestina”. Nunca fugiu da representatividade que teve. Abraçou a causa LGBTQIA+ e nunca se escondeu da briga contra o preconceito. Não tinha nem como pensar em um top 10 dos maiores sem o nome dela!

8. Serginho, vôlei

Principais feitos desde 2000: Dois ouros e duas pratas em Olimpíadas. Dois ouros e um bronze na Copa do Mundo de Vôlei. Sete títulos da Liga Mundial. Hall da Fama do Vôlei.

Um jogador de vôlei que não faz um ponto sequer e mesmo assim se torna o maior símbolo do esporte mais vitorioso do Brasil. Serginho nunca teve a função de definir as jogadas, mas sempre foi decisivo nas conquistas da seleção masculina. E quantas conquistas! Só em Olimpíadas, ele tem quatro medalhas – duas de ouro e duas de prata. Só ele fez quatro finais consecutivas na modalidade. Serginho simplesmente transformou a posição de líbero e se tornou o melhor de todos os tempos em sua função. Tudo isso sendo um verdadeiro símbolo da raça dentro das quadras e com um carisma inigualável fora delas. Não há quem não goste dele. E não há quem não concorde que ele é um dos maiores nomes da história esportiva brasileira.

7. Isaquias Queiroz, canoagem

Principais feitos desde 2000: Quatro medalhas olímpicas (um ouro, duas pratas e um bronze) e sete vezes campeão Mundial (além de outros seis bronzes).

Ninguém acreditaria no começo dos anos 2000 se disséssemos que teríamos um atleta da canoagem como o sétimo de um ranking do Brasil. Mas Isaquias Queiroz conseguiu o inimaginável. E tem tudo para subir ainda mais nessa lista em alguns dias. Ele saiu das lagoas baianas para se tornar um dos principais canoístas do mundo e se aproximar dos principais recordes de pódios do país. Isaquias já tem quatro pódios olímpicos (um ouro, duas pratas e um bronze) e nunca escondeu que seu desejo era se tornar o maior medalhista brasileiro (Robert Scheidt e Torben Grael têm cinco cada). E isso pode acontecer em Paris, onde ele disputa duas provas. Rumo ao número 1 da nossa lista no futuro?

6. Rebeca Andrade, ginástica

Principais feitos desde 2000: Campeã olímpica no salto e prata no individual-geral. Nove medalhas em Mundiais (três ouros, quatro pratas e dois bronzes).

A maior ginasta da história do país! Rebeca Andrade colocou o mundo para dançar Baile de Favela nos últimos anos enquanto se tornava uma das grandes do esporte mundial. Nas Olimpíadas de Tóquio, se tornou a primeira brasileira a ser campeã na ginástica (salto) e ainda levou mais uma prata para casa. No ano seguinte, fez ainda mais no Mundial e ganhou dois ouros: o do salto de novo e o do individual-geral, que premia a ginasta mais completa de todas. Rebeca chega à Paris como a única que pode rivalizar com Simone Biles, considerada o maior nome da história da modalidade. E tem tudo para deixar esse nosso ranking já bem desatualizado em alguns poucos dias. A brasileira tem chances de pódio em todas as seis provas que disputa e pode já se tornar a maior medalhista olímpica do Brasil na história. Que venham todas para ela já saltar para o topo da lista de vez!

5. Cesar Cielo, natação

Principais feitos desde 2000: Campeão olímpico dos 50m livre em 2008, 11 vezes campeão mundial (6 na piscina longa e 5 na curta). Ainda dono do recorde mundial dos 50m. Também foi dono do recorde dos 100m e tem mais dois bronzes olímpicos e outras duas pratas e seis bronzes em Mundiais.

O homem mais rápido do mundo dentro da água. É esse simplesmente o posto que Cesar Cielo detém até hoje. O brasileiro chocou o mundo com o que fez pelas piscinas mundo afora. Ele foi o recordista mundial das duas provas mais nobres da natação. O tempo dos 100m livres durou 13 anos até ser quebrado em 2022. O recorde dos 50m, porém, dura até hoje. Cielo ainda é o único do país a ser campeão olímpico na natação (sem contar águas abertas). É também o atleta do país com mais medalhas em Mundiais – entre os de piscina curta e longa, são 19 no total (11 ouros, duas pratas e seis bronzes). Não tem jeito: em qualquer eleição de maiores atletas do Brasil, Cesão sempre vai nadar de braçada!

4. Gustavo Kuerten, tênis

Principais feitos desde 2000: Duas vezes campeão de Roland Garros, campeão do ATP Finals e melhor jogador do mundo por 43 semanas pelo ranking. Hall da Fama do Tênis.

Entrar em quadra, bater os gigantes do mundo, ser campeão de algo inédito e se tornar o melhor de todos. E tudo com um sorriso no rosto. Dono de um carisma inigualável, Gustavo Kuerten fez o país parar em frente à TV para assistir às suas épicas batalhas no saibro de Roland Garros. Foram três títulos históricos por lá (dois deles desde 2000). Mas ele fez ainda mais: ganhou também um ATP Final para se tornar líder do ranking mundial de tênis. Ficou na primeira posição por incríveis 43 semanas – só 12 tenistas da história lideraram por mais tempo. Uma pena que uma lesão crônica no quadril não o deixou ir ainda mais longe. O potencial para ser o líder desse nosso ranking era gigantesco. Mas os feitos – e o sorriso – de Guga nunca sairão da memória de todos os brasileiros.

3. Ronaldo Fenômeno, futebol

Principais feitos desde 2000: Campeão e artilheiro da Copa do Mundo e eleito melhor jogador do planeta em 2002. Hall da Fama do Real Madrid, da Inter de Milão e do futebol italiano. Eleito para o melhor time da história do futebol pela France Football

Uma história de superação que só poderia ser estrelada por um Fenômeno como nenhum outro. Ronaldo começou o ano de 2000 com uma lesão horrível no joelho. Todos diziam que era o fim. Mas ele não deu ouvidos! Não só voltou a jogar, como carregou o Brasil ao penta na Copa do Mundo de 2002. Terminou aquela competição como artilheiro e acabou aquele ano como o melhor jogador do planeta. Ainda seguiu jogando por mais um bom tempo, levantou troféus no Real Madrid e voltou ao Brasil para terminar como ídolo do Corinthians. Assim que se aposentou, ganhou algumas das maiores honrarias que poderia. Entrou para o Hall da Fama do Real Madrid, da Inter de Milão e do futebol italiano e ainda foi eleito para o melhor time da história do futebol pela France Football, a revista que distribui a Bola de Ouro. O recorte de tempo do ranking (desde 2000) acabou sendo um pouco ingrato com Ronaldo ao deixar uma Copa do Mundo e dois títulos de melhor do mundo para os anos 90. Mas isso ainda torna o terceiro lugar dele ainda mais impressionante. Ou Fenomenal!

2. Marta, futebol

Principais feitos desde 2000: 6 vezes eleita a melhor jogadora do mundo, 2 pratas em Olimpíadas e maior artilheira de Copas do Mundo (entre homens e mulheres).

É simplesmente a Rainha. Marta encantou o planeta e transformou a história do esporte ao redor do globo. Foi eleita nada menos do que seis vezes como a melhor jogadora do mundo (mais que Cristiano Ronaldo!), é a maior artilheira de todos os tempos em Copas do Mundo (considerando homens e mulheres) e foi peça fundamental para colocar o futebol feminino em um patamar inimaginável há anos, quebrando recordes de público por todo lado. Quase todas as jogadoras da atualidade cresceram a admirando e querendo ser como ela um dia. Faltou só o grande título pela seleção brasileira, que acabou batendo na trave três vezes (duas em Olimpíadas e uma em Mundial). Mas quem sabe o ouro não vem agora em Paris para colocá-la ainda mais acima no ranking?

1. Robert Scheidt, vela

Principais feitos desde 2000: 4 medalhas olímpicas (1 ouro, 2 pratas e 1 bronze) e 9 títulos mundiais – em duas classes diferentes da vela (Laser e Star)

O maior nome do esporte brasileiro no século vem da vela. Pode até parecer estranho por ser uma modalidade pouco praticada por aqui, mas os feitos de Robert Scheidt são impressionantes demais. Ele é o atleta com o maior número de medalhas olímpicas do Brasil (são 5 no total, 4 delas desde 2000) e ainda um dos maiores campeões mundiais do país (são 11 títulos do mundo, 9 deles desde 2000). Tudo isso fica ainda mais impressionante porque ele competiu – e dominou – duas categorias diferentes da vela (Laser e Star). No total, são 185 troféus já conquistados na carreira – e ainda contando. Um currículo e tanto, não? O Amigo do Vento, como diz sua biografia, dominou os mares e os pódios como ninguém!

Metodologia

Uma lista inicial de 100 grandes atletas brasileiros desde 1º de janeiro de 2000 (nenhuma conquista anterior a essa data foi considerada) foi definida. Cada eleitor da ESPN recebeu dois nomes selecionados aleatoriamente e escolheu qual deles teve a melhor carreira no período. Os votos foram dados em repetidos confrontos diretos e aleatórios, e, usando um sistema de classificação chamado Elo (que é usado para determinar a força dos jogadores de xadrez), chegamos a uma lista final de 30 atletas. Por último, essa lista foi avaliada por um painel de especialistas em busca de inconsistências ou omissões, resultando na classificação final dos 25 melhores, apresentada aqui.