Kamala já tem apoio de 40% dos delegados democratas necessários para indicação, aponta levantamento

A vice-presidente está consolidando rapidamente apoio de políticos e delegados do partido rumo à indicação democrata. Kamala é a favorita a concorrer contra Donald Trump após o presidente Joe Biden desistir da corrida eleitoral no domingo (21).

A vice-presidente, Kamala Harris, está acumulando rapidamente o apoio para consolidar sua candidatura e encabeçar os esforços do partido na corrida à Casa Branca contra Donald Trump.

Kamala já tem mais de 850 delegados democratas a apoiando, cerca de 43% do total necessário para conseguir a nomeação, segundo um levantamento da Associated Press.

Kamala Harris presta juramento como vice-presidente dos EUA durante a posse de Joe Biden como 46º presidente dos Estados Unidos na Frente Oeste do Capitólio dos EUA, em Washington, nesta quarta (20) — Foto: Kevin Lamarque/Reuters

São 856 delegados apoiando Kamala até o momento, de acordo com a AP. Para conseguir a indicação do partido de forma automática, são necessários 1.976 delegados. (Veja abaixo de quais estados são os delegados que já endossaram Kamala) 

Os resultados da pesquisa da AP são baseados em entrevistas com delegados individuais, bem como em declarações públicas de delegados e partidos estaduais anunciando quem eles apoiam após a desistência de Biden, no domingo (21). A pesquisa não inclui nenhum superdelegado, os políticos eleitos e outros líderes do partido que só podem votar se nenhum candidato ganhar a maioria na primeira rodada de votação para escolher um indicado.

Favorita do partido para encabeçar a chapa democrata à Casa Branca, Kamala Harris conseguiu seu apoio mais significativo na tarde desta segunda (22): a presidente emérita democrata, Nancy Pelosi, endossou publicamente Kamala e se juntou a uma longa lista de políticos do partido que se posicionaram a favor da vice-presidente.

Inclusive, a maioria dos principais nomes fortes do partido que poderiam se tornar concorrentes de Kamala dentro do partido já anunciaram seu apoio a ela. Entre eles estão Gretchen Whitmer, JB Pritzker e Gavin Newsom, os governadores dos estados do Michigan, de Illinois e da Califórnia, respectivamente.

Estados dos delegados que declararam apoio a Kamala

  • Flórida: 210 delegados
  • Carolina do Norte: 113 delegados
  • Maryland: 95 delegados
  • Tennessee: 63
  • Carolina do Sul: 55
  • Louisiana: 47
  • Nova York: 28
  • Kentucky: 27
  • Minnesota: 27
  • New Hampshire: 25
  • Wisconsin: 23
  • Massachusetts: 20
  • Ohio: 15
  • Colorado: 12
  • Alaska, Arizona, Arkansas, Califórnia, Connecticut, Georgia, Illinois, Iowa, Kansas, Michigan, Missouri, Montana, Nevada, Novo México, Dakota do Norte, Oklahoma, Oregon, Rhode Island, Texas, Utah e Virginia: 86 (menos de 10 cada)

Potenciais concorrentes democratas desistem

Dois dos principais concorrentes de Kamala Harris à Casa Branca dentro do Partido Democrata desistiram de disputar a Presidência dos EUA e anunciaram apoio à atual vice-presidente nesta segunda-feira (22). Com isso, desde que Biden anunciou sua desistência, cinco dos principais democratas cotados saíram da corrida e expressaram apoio à atual vice.

Gretchen Whitmer, governadora do estado do Michigan, e J. B. Pritzker, de Illinois, passaram a apoiar o nome de Harris para encabeçar a chapa democrata contra Donald Trump.

Com isso, já são cinco os nomes de pré-candidatos democratas que apoiam Kamala Harris abertamente. Os outros são:

  • Gavin Newsom, governador da Califórnia
  • Josh Shapiro, governador da Pensilvânia
  • Dean Phillips, deputado por Minnesota

O senador de Ohio Sherrod Brown também era um nome cotado para concorrer contra Harris dentro do partido, mas ainda não se manifestou.

Após deixar a disputa, Biden anunciou apoio a Kamala e, logo, ela começou a receber apoio de outros políticos do partido e membros influentes democratas como Bill e Hillary Clinton.

Outros governadores democratas já manifestaram apoio a Harris:

  • Tim Walz, de Minnesota
  • Wes Moore, de Maryland
  • Andy Beshar, de Kentucky
  • Tony Evers, de Wisconsin

Entretanto, nomes importantes, como o ex-presidente Barack Obama e a ex-presidente da Câmara Nancy Pelosi se mantêm neutros em relação à sucessão de Biden.

 

A lista de nomes apoiando Kamala foi aumentando ao longo da tarde e da noite de domingo (21), e partiu, inclusive, de alguns nomes fortes no partido, que poderiam ser concorrentes da vice-presidente para conseguir a indicação à candidatura. É o caso dos governadores da Califórnia e da Pensilvânia, Gavin Newsom e Josh Shapiro, respectivamente.

Newsom e Shapiro não haviam endossado Kamala em seus primeiros pronunciamentos, mas horas depois declararam apoio à vice-presidente. “Farei tudo ao meu poder para ajudar a eleger Kamala Harris como a 47ª presidente dos EUA”, disse Shapiro. “Com nossa democracia em jogo, ninguém é melhor para vencer a visão sombria de Trump que Kamala”, afirmou Newsom.

O deputado de Minnesota Dean Phillips, que foi candidato brevemente nas primárias democratas no início do ano e poderia ser um potencial concorrente de Kamala, disse que concorda com Obama em um processo “breve, transparente e competitivo” para escolha do candidato democrata.

O que dizem outras vozes do partido

Dmitri Mehlhorn, conselheiro de Reid Hoffman, fundador do LinkedIn e grande doador democrata, declarou apoio a Kamala Harris e a chamou de “o sonho americano personificado”, observando que ela é filha de imigrantes: “mal posso esperar para ajudar a eleger a Presidente Harris.”

O senador dos EUA Peter Welch, o primeiro democrata do Senado a pedir para Biden desistir de sua candidatura à reeleição, também pediu um processo aberto para nomear um novo candidato do partido.

Entenda caminho para escolha de novo candidato democrata após desistência de Joe Biden em 21 de julho de 2024. — Foto: Kayan Albertin/Equipe de arte g1Entenda caminho para escolha de novo candidato democrata após desistência de Joe Biden em 21 de julho de 2024. — Foto: Kayan Albertin/Equipe de arte g1

Biden desiste da candidatura

Qual foi o caminho da campanha de Biden até o fim?

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou neste domingo (21) que desistiu de concorrer à reeleição e disse apoiar a vice-presidente Kamala Harris para liderar chapa democrata. Em um comunicado no X, Biden disse que cumprirá o seu mandato até janeiro de 2025 (leia a íntegra mais abaixo).

“Foi a maior honra da minha vida servir como seu presidente. E embora tenha sido minha intenção buscar a reeleição, acredito que é do melhor interesse do meu partido e do país que eu me afaste e me concentre exclusivamente em cumprir meus deveres como presidente pelo restante do meu mandato”, escreveu Biden.

Logo após saber da desistência, Donald Trump, candidato republicano, disse em sua conta no Truth Social que Biden “não estava apto para concorrer à presidência”.

O ex-presidente Barack Obama também se manifestou sobre o caso. Em um comunicado publicado na plataforma Medium, o democrata classificou Biden como “um patriota da mais alta ordem”. Biden foi vice-presidente na gestão Obama entre 2009 e 2017.

A desistência ocorre após pressões do partido e de parte do eleitorado democrata. A crise na campanha de Biden começou no fim de junho, quando ele teve um mau desempenho em um debate contra Donald Trump. À época, a capacidade cognitiva do presidente foi colocada em dúvida.

Até o momento, o presidente resistia à pressão de diversas maneiras. Ele deu entrevistas, fez uma reunião com governadores democratas e negou alegações de que sofria um declínio cognitivo e físico. Biden afirmou várias vezes que não iria desistir e que venceria a eleição.

No entanto, nos últimos dias, os rumores de desistência aumentaram. O ex-presidente Barack Obama e a ex-líder da Câmara Nancy Pelosi, duas fortes vozes no Partido Democrata, demonstraram insegurança com o atual presidente.

Segundo a “CNN”, Pelosi disse a Biden que ele não venceria. Já Obama demonstrou a pessoas próximas receio sobre as chances do atual presidente na eleição.

Biden foi diagnosticado Covid-19 na quarta-feira (17) e teve de suspender eventos de campanha. Desde então, ele está em isolamento em sua casa em Delaware. Segundo a imprensa norte-americana, diante da pressão, ele começou a ficar mais reflexivo sobre a candidatura.

Uma fonte disse à Reuters que a decisão ocorreu neste domingo. “Na noite passada, a mensagem foi para seguir em frente com tudo, a todo vapor. Por volta das 13h45 de hoje, o presidente disse à sua equipe sênior que havia mudado de ideia”. A decisão pegou muitos funcionários da Casa Branca de surpresa.

Fonte: g1

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