A Justiça do estado da Bahia determinou a soltura do suspeito de agredir a alagoana Hilda Francine dos Santos, 24, que se jogou do quinto andar de um prédio em um condomínio de luxo de Salvador no mês de junho.
Na decisão, o juiz Paulo Sérgio Barbosa de Oliveira considerou que a prisão de Igor Costa Campos poderia ser revogada, porque ele não responde a outros crimes e, no processo, não há elementos concretos que indiquem a possibilidade de que ele cometa o mesmo crime mais uma vez. A decisão judicial foi concedida em 11 de julho.
“Meras suposições acerca do risco à ordem pública e à probabilidade de reiteração criminosa, sem qualquer circunstância concreta nesse sentido, não são fundamentos idôneos para sustentar o decreto da prisão preventiva, a qual, repita-se mais uma vez, é medida excepcional”, diz o juiz, em sua decisão.
Após a liberdade provisória, o suspeito terá que cumprir algumas medidas cautelares.
Acusado nega agressões
Durante depoimento, o suspeito admitiu ter mordido a vítima e puxado os cabelos Hilda Francine, mas negou as demais agressões. De acordo com a versão apresentada por ele, foi ela quem teve uma crise de ciúmes por conta de uma videochamada feita por ele dias antes.
Na ligação em questão, o homem estava acompanhado de outra garota, o que teria incomodado sua companheira.
Ele relatou que a mulher chegou no apartamento “transtornada” e “fazendo escândalo” no mesmo dia em que foi preso e que ela teria jogado coisas pelo apartamento. O suspeito também afirmou que a mulher sofre depressão e dizia que iria se matar, acrescentando que ela se jogou da janela quando ele teria dito que pretendia terminar a relação.
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O caso aconteceu em nove de junho deste ano em um condomínio de luxo na Avenida Luís Viana Filho, em Salvador. Em entrevista a apresentadora do programa Encontro, Patrícia Poeta, a alagoana relatou os momentos de terror que viveu durante o fim de semana com o companheiro.
“As agressões começaram no sábado, 08, quando eu falei que estava sangrando e podia está perdendo o bebê. Eu pedia para que ele me levasse ao hospital, mas aí começaram as agressões verbais e físicas. Ele estava sob efeito de drogas e me agredia. Em um momento, estava deitada na cama e levei socos no braço esquerdo e um chute que cai do outro lado. Na sequência, ele me puxou pelos cabelos. Daí para frente, foram chutes, socos, cabeçadas, mordidas. Ele estava muito descontrolado, também me deu banho de cerveja, sentou em cima da minha barriga, fumava as coisas dele e jogava na minha cara. Eu passei a me defender e várias vezes tentei sair do apartamento, mas ele me puxava pelo cabelo de novo, me jogava no chão e me dava chutes”, contou Hilda Francine.
Para se ver livre do agressor, a vítima se trancou no quarto e acabou vendo a janela como a única forma de se salvar. “Quando ele foi para a sala, eu me tranquei no quarto. Peguei o celular, mas vi que ele estava tentando abrir a porta com uma chave. A única saída que tinha era a janela. Não vi se era alto, só queria me salvar”. relatou.
Após a queda, Hilda perdeu o bebê, sofreu múltiplas fraturas pelo corpo e teve um corte em uma articulação da pelve. Ela deu entrada em um hospital de Salvador e recebeu alta médica no dia seguinte.