Acidentes de trabalho podem ser evitados com a utilização dos Equipamentos de Proteção Individual
Concebido como a lesão corporal ou perturbação funcional ocorrida no exercício das atividades laborais e a serviço da empresa, o acidente de trabalho pode causar a perda e a redução permanente ou temporária da capacidade de exercer as atividades profissionais ou até levar à morte. Para evitar que este problema ocorra, uma vez que ele impacta também no fluxo assistencial das unidades de saúde, por receberem os trabalhadores lesionados, o médico da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Juraci Roberto de Lima, alerta sobre a necessidade de serem adotadas medidas de prevenção para evitar sinistros durante o cumprimento das ações relacionadas ao exercício das tarefas trabalhistas, seja em empresas públicas ou privadas.
Juraci Roberto de Lima destaca que os riscos à saúde dos trabalhadores estão na exposição às matérias-primas, nas condições das edificações e das instalações de trabalho, na utilização dos equipamentos, na manipulação das ferramentas e instrumentos e no processo de produção dos alimentos.
“O trabalhador pode passar por dois tipos de acidentes de trabalho. Os típicos ocorrem quando o profissional sofre alguma lesão no ambiente de trabalho ou a caminho dele e representam os mais fáceis de notificar. Já os acidentes de trabalho relacionados, são os mais difíceis de identificar, por não serem objetivos, como a perda auditiva e os transtornos mentais”, detalha, ao salientar que este sábado (27) é o Dia Nacional da Prevenção de Acidentes do Trabalho.
O médico da Sesau explica, ainda, que a promoção e prevenção da saúde do trabalhador deve ser iniciada desde o ambiente ocupacional, ou seja, onde os trabalhadores executam suas funções. “O cuidado com o trabalhador vem desde o incentivo de proteção específica do ambiente, do uso dos EPIs [Equipamentos de Proteção Individual], da conscientização e orientação do trabalhador através de ações educativas. As ações de prevenção, como a vacinação, também são muito importantes para garantir a segurança dos profissionais, assim como, a promoção de ações de saúde, com a ergonomia, orientação postural, controle de estresse e atividade física e educação alimentar”, enumera o especialista.
Juraci Roberto de Lima salienta que os agravos mais notificados pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), vinculado ao Ministério da Saúde (MS), são os acidentes de trabalho com exposição a material biológico, as intoxicações exógenas, as LER DORT, os agravos de transtorno mental e a disfonia.
“Importante alertar, ainda, que as doenças profissionais e ocupacionais equiparam-se a acidentes de trabalho e também precisam ser notificadas para o trabalhador receber a assistência necessária e para que ele tenha seu direito respeitado e garantido”, salienta o médico.
DADOS
De acordo com o Sinan, de 2020 a 2024 foram notificados em Alagoas 25.319 acidentes de trabalho, sendo 4.802 em 2020, 4.936 em 2021, 6.183 em 2022, 8.010 em 2023 e, no período de janeiro a março deste ano, foram 1.388.
Apesar dessas notificações no Sinan, o médico da Sesau afirma que ainda há muita subnotificação de acidentes de trabalho, uma vez que, segundo ele, os sinistros acontecem diariamente, mas não são notificados nem pela empresa em que a vítima trabalha e também acabam sendo negligenciados pela pessoa lesionada.
“A saúde do trabalhador padece da subnotificação. Então, adoecem e morrem trabalhadores todos os dias por acidente de trabalho e isso dificulta a implementação de medidas preventivas pontuais porque as notificações não chegam aos serviços de saúde. Portanto, se a notificação não acontecer, não existe o problema oficialmente, fazendo com que aconteça a transgressão e negligência da saúde dos trabalhadores por parte da empresa empregadora”, alerta Juraci Roberto de Lima.
SERVIÇO
O médico da Sesau esclarece que informações sobre acidentes de trabalho podem ser obtidas junto ao Centro de Referência Estadual em Saúde do Trabalhador (Cerest). O órgão atende de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, seja pelo telefone (82) 3315-2759 ou presencialmente, na sede administrativa, que funciona na rua Josefa Cavalcante Suruagy, no bairro Poço, em Maceió.