A Polícia Federal (PF) teme que uma troca de coordenador no Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) transforme o órgão em “burocrático” e com “pouca serventia” para prevenção de crimes de lavagem de dinheiro.
Investigadores se disseram surpreendidos pela exoneração, na quinta-feira (25), do Coordenador-Geral de Operações Especiais da Diretoria de Inteligência Financeira do Coaf, João Carlos Coelho.
A saída de Coelho foi publicada no Diário Oficial da União da sexta-feira (26) e assinada por Ricardo Liáo, presidente do órgão.
Para integrantes da PF, a troca nesse cargo pode atrapalhar investigações em curso. Agentes apontam que Coelho “entendia as necessidades” tanto dos policiais quanto do Ministério Público Federal (MPF).
Segundo investigadores que atuam em apurações sobre lavagem de dinheiro, outra desvantagem seria a possível troca de três integrantes da PF que já atuam nessa coordenação do Coaf, o que pode emperrar e enfraquecer a atuação do órgão nas investigações.
O Coaf é considerado fundamental para auxiliar em investigações que envolvem, além da lavagem de dinheiro, a recuperação de ativos do crime.
A CNN procurou João Carlos Coelho e a assessoria do Coaf. Caso as partes se manifestem, este texto será atualizado.
Mudança de controle
No primeiro ano do governo Lula, o Coaf ficou subordinado ao Ministério da Fazenda depois da reorganização ministerial. Mas a medida provisória perdeu validade e o órgão voltou a ser subordinado ao Banco Central.