O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu manter a taxa básica de juros da economia estável em 10,50% ao ano. A decisão foi anunciada no início da noite desta quarta-feira, após a reunião da diretoria colegiada do órgão.
Com a decisão, a Taxa Selic permanece no menor nível desde fevereiro de 2022.
A decisão desta quarta-feira ocorre num momento de alta do dólar e de mais pressão sobre a inflação. A moeda americana acumulou alta de de 15,9% neste ano, o que é um fator que pode gerar alta de presços dentro do Brasil. O dólar fehcou em R$ 5,65 nesta quarta. Segurar os juros, por sua vez, tende a inibir a alta do dólar.
A alta do IPCA-15 de julho, de 0,30%, acima das estimativas, reforçou a preocupação de analistas. No acumulado em 12 meses até julho, o percentual fechou em 4,45%, superior aos 4,06% até o mês anterior. Esse patamar está próximo da meta de inflação, de 3% ao ano (podendo chegar até 4,5%).
A previsão do mercado para a inflação de 2025 também tem subido. Saiu de 3,87% no início deste ano para 3,96% nesta semana.
Ao longo de todo este ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem criticado recorrentemente a taxa de juros e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. O BC tem autonomia operacional e Campos Neto tem mandato até o fim deste ano.
Decisão do FED
Também nesta quarta, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) decidiu manter os juros do país inalterados, na faixa de 5,25% a 5,50% ao ano. A decisão foi unânime. Esse continua sendo o maior nível das taxas desde 2001.
Em entrevista a jornalistas, o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que um corte na taxa poderá “estar na mesa” já na próxima reunião do colegiado, em setembro. Isso se os dados econômicos do país caminharem conforme o esperado.
Essa mudança pode ser positiva para o Brasil, porque tende a fazer investidores colocarem recursos em países com juros mais altos.