Suspeitos de falsificar documentos públicos e privados, desde carteiras de identidade até o exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), foram alvo da Operação Paralelo II, deflagrada nesta quarta-feira (14) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do Maranhão (MPMA).
Até o momento, sete pessoas foram presas: quatro em Timon (MA) – incluindo um soldado lotado no 11º Batalhão de Polícia Militar (BPM) –, duas em Teresina (PI) e uma em Araguaína (TO). Ao todo, dez mandados de prisão e 27 de busca e apreensão são cumpridos no Maranhão, Piauí e Tocantins.
De acordo com o MPMA, a investigação é um desdobramento da Operação Paralelo I, realizada em dezembro de 2023, que apura um esquema de falsificação de RGs, CPFs, CNHs, certidões de cartório, certidões de cursos superiores, boletos de impostos, atestados médicos e exames da OAB. Os documentos eram utilizados para a prática de outros crimes.
Um dos investigados em Teresina, preso em um condomínio da capital, procurava o líder do esquema em busca de escrituras de cartório com assinatura digital falsa do Instituto de Terras do Piauí (Interpi). O outro foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo.
Como funcionava o esquema?
À TV Clube, o promotor de Justiça Fernando Berniz explicou que os investigados não fazem parte de uma organização criminosa, mas integravam ou recorriam a uma espécie de “escritório paralelo”, que tinha acesso a um cartório de Timon por meio de um ex-funcionário do local.
“O cartório foi utilizado para falsificar diversos documentos e legalizar glebas de terra no município. Esse ex-funcionário recebia dinheiro para fraudar assinaturas e autenticações”, afirmou o promotor.