O Brasil está vivenciando um período de intensa turbulência política, com uma crise emergindo a cada 24 horas, segundo Creomar de Souza, CEO da consultoria de risco político Dharma.
Em uma análise detalhada do cenário atual ao WW, Souza destaca a complexidade das relações entre os poderes e as divisões ideológicas que permeiam a sociedade brasileira.
De acordo com o especialista, o país enfrenta um processo consistente de crise política e institucional desde 2013.
“Eu creio que a gente tem aí, pelo menos desde 2013, um processo consistente de crise política institucional, que envolve, no seu pano de fundo, a divisão do país em dois grandes grupos”, afirma Souza.
DIVISÃO IDEOLÓGICA E EMBATE ENTRE PODERES
Souza identifica dois grupos principais nessa divisão: um que busca preservar a compreensão das prerrogativas da Constituição de 1988 e outro que acredita na necessidade de reformular os elementos que balizam a política brasileira desde então.
Essa polarização tem alimentado conflitos constantes entre diferentes esferas do poder.
O embate entre o Legislativo e o Judiciário é apontado como um elemento fundamental nesse processo de crises sucessivas.
Souza destaca que o poder Legislativo tem ampliado seu controle sobre o orçamento público, sem necessariamente ser responsabilizado por eventuais mau uso dos recursos.
TRANSPARÊNCIA E USO DE EMENDAS IMPOSITIVAS
Um dos pontos centrais da atual crise política gira em torno da transparência e do uso das emendas impositivas.
Souza ressalta que, embora o mérito da questão seja a transparência, o cerne da disputa política é sobre quem exerce poder sobre quem.
O especialista conclui que o “normal da República Brasileira em 2024” é a ocorrência de uma crise a cada ciclo de 24 horas, refletindo a instabilidade e a complexidade do cenário político atual.
Essa dinâmica de crises constantes representa um desafio significativo para a governabilidade e para o desenvolvimento de políticas públicas efetivas no país.