Na noite desta sexta-feira (16), faleceu em Arapiraca o Monsenhor Luiz Marques Barbosa, aos 95 anos. A causa da morte não foi divulgada. Desde o escândalo que abalou a cidade em 2010, o religioso vivia recluso em sua casa, mantendo contato com poucas pessoas.
Monsenhor Luiz Marques estava afastado de suas funções sacerdotais desde 2010, quando se envolveu em um escândalo de abuso sexual que repercutiu nacional e internacionalmente. Na época, um vídeo flagrou o religioso tendo relações sexuais com Fabiano Silva Ferreira, um ex-coroinha que, na época, tinha 18 anos. Em depoimento à CPI da Pedofilia, o monsenhor admitiu o ato, mas negou a prática de pedofilia. Ele pediu perdão pelo “pecado” e, em um momento polêmico, comparou seu sofrimento ao de Jesus Cristo, afirmando que estava sendo traído por aqueles que antes o apoiavam.
Além de admitir seu envolvimento sexual, Monsenhor Luiz Marques revelou que tinha conhecimento sobre abusos cometidos por outro sacerdote, o padre Edílson Duarte, que também confessou ter relações sexuais com adolescentes. O monsenhor afirmou ter informado o bispo Dom Valério Brêda sobre as ações de Duarte, mas não tomou medidas diretas, alegando não ser a autoridade eclesiástica competente.
O escândalo foi agravado pela descoberta de cerca de 15 garrafas de bebidas alcoólicas na casa do monsenhor, que ele havia negado previamente ter oferecido aos coroinhas. A presença de um creme vaginal também levantou suspeitas, mas ele alegou que o item poderia pertencer a uma visita.
O caso chocou a comunidade de Arapiraca e levantou questões graves sobre abuso e poder dentro da Igreja Católica. Monsenhor Luiz Marques, que foi uma figura respeitada por décadas, viveu seus últimos anos em isolamento, afastado de suas funções religiosas.
