3º Festival de Cinema de Arapiraca atrai público nacional e se destaca no cenário nordestino

A 3ª edição do Festival de Cinema de Arapiraca encerrou sua programação no último fim de semana com grande sucesso e participação ativa do público. Realizado de 21 a 25 de agosto, o evento reuniu cineastas, críticos de cinema, estudantes e amantes da sétima arte em uma série de atividades que celebraram a diversidade e a riqueza do cinema alagoano e nacional.

Durante os cinco dias de festival, o público teve a oportunidade de participar de uma programação variada, que incluiu a exibição de longas e curtas-metragens, além de documentários e animações, muitos dos quais inéditos no circuito comercial. A curadoria destacou obras que abordam temas sociais relevantes, histórias locais e narrativas inovadoras, refletindo a pluralidade do cinema contemporâneo.

Além das sessões de cinema, o festival ofereceu oficinas de capacitação e workshops voltados para profissionais e aspirantes da área cinematográfica. Temas como roteiro, direção, fotografia, e produção audiovisual foram discutidos por especialistas e convidados, proporcionando um espaço de aprendizado e troca de experiências. O evento também contou com debates e rodas de conversa que envolveram diretores e roteiristas, proporcionando uma interação direta entre criadores e espectadores.

Mais de duas mil pessoas de todo o país passaram pelas sessões, oficinas, masterclass e mesas de debates durante esses cinco dias.

Além dos grandes fazedores do cinema, o festival contou com a presença do ator convidado Jesuíta Barbosa, e também do homenageado da edição, o mestre Tairone Feitosa, um dos mais consagrados nomes das telonas no país.

A secretária de Estado da Cultura e Economia Criativa, Mellina Freitas, destacou a importância do festival para a cultura alagoana. “A terceira edição do Festival de Cinema de Arapiraca reafirma sua importância no calendário cultural de Alagoas, se destacando como um evento fundamental para o fortalecimento do cenário audiovisual nordestino. O projeto não apenas evidencia o potencial criativo do nosso estado, mas também fomenta a indústria criativa local, gerando novas oportunidades e impulsionando a economia cultural. Além disso, se tornou uma importante plataforma para o surgimento de novos talentos e para que nossas histórias, tão ricas e diversas, possam ser contadas e apreciadas por um público mais amplo”, falou.

Premiação

Ao todo, 31 filmes competiram em três mostras: a Navi, dedicada a produções realizadas através de cursos e oficinas formativas de audiovisual; a Mostra Nordeste, que reúne curta-metragens realizados em vários estados da região; e a Mostra Brasil, que contempla alguns dos títulos mais festejados no recente circuito nacional.

Na Mostra Navi, o destaque ficou para o filme “Jaci”, de Bruno Lobo La Loba, que levou o prêmio de Melhor Filme, enquanto “Combustão não espontânea” ganhou em várias categorias, incluindo Melhor Montagem, Melhor Direção de Arte e Melhor Direção. Na Mostra Nordeste, “Cavaram uma cova no meu coração”, dirigido por Ulisses Arthur, foi o grande vencedor, recebendo prêmios de Melhor Filme pelo Júri Oficial, além de Melhor Montagem, Melhor Roteiro e Melhor Direção. Já na Mostra Brasil, o filme “Pássaro memória”, de Leonardo Martinelli, foi escolhido como o Melhor Filme pelo Júri Oficial, e “Samuel foi trabalhar” conquistou o prêmio de Melhor Filme pelo Júri Popular. Além disso, a categoria de Melhor Interpretação destacou Betty Faria por sua atuação em “Como não chorar sem derreter” e Marcelo Prado por “Solange não veio hoje”, entre outros grandes nomes que abrilhantaram o festival.

O troféu, elaborado pelo artista arapiraquense Albério Carvalho, faz referência ao povo do agreste e busca símbolos na cultura fumageira, que faz parte do desenvolvimento de toda região. “O Varal que recebe as folhas em descanso antes da preparação para a cura, uma imagem em planta baixa de um pé de fumo posta no centro do varal simbolizada com o agrestino agricultor em cobre espelhado, o cobre que enriquece o solo e o conjunto de peças que agrega diversas expressões artísticas que vão desde as destaladeiras e seus cânticos à painéis, pinturas e várias representações nas produções cinematográficas. Uma pitada do tempero artístico e cultural do nosso povo e de nossa cultura”, disse ele.

 

Encerramento da programação

A festa de encerramento elevou ainda mais o nível do festival nos embalos da noite deste sábado (24), ao som da banda pernambucana Academia da Berlinda, da banda arapiraquense Cumbia das Antigas e do DJ Lili.

A tenda da Praça Luís Pereira Lima ficou lotada de cultura, diversão e arte de boa qualidade. “Foi um momento muito gratificante para o cinema brasileiro. Proporcionar cinema de qualidade para todos é muito importante. Agradecemos todo o apoio e o carinho do público”, disse Wagno Godez, um dos organizadores do evento.

O festival é realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, do Governo Federal, operacionalizado pelo Governo de Alagoas, através da Secretaria de Estado da Cultura e Economia Criativa, pela Prefeitura de Arapiraca, por meio da Secretaria de Cultura, Lazer e Juventude, pelo NAVI – Núcleo do Audiovisual de Arapiraca, por meio da AAMA – Associação de Artistas de Massaranduba e pela Arte Camaleão. O patrocínio é do SEBRAE Alagoas, com produção da Filmes de Bananola e parceria com o Projeto Paradiso Multiplica, Sesc Arapiraca, Pub 13, Vinil, Clube 42 e Alagoar.

Confira a lista de premiados:

Melhor filme – Júri popular: Cavaram uma cova no meu coração (Direção de Ulisses Arthur)

Prêmio da crítica cinematográfica: Cavaram uma cova no meu coração (Direção de Ulisses Arthur)

Mostra Navi:

 

Melhor montagem: Combustão não espontânea

Melhor direção de arte: Combustão não espontânea

Melhor roteiro: Surpresa

Melhor som: Absorta

Melhor fotografia: Jaci

Melhor interpretação: Betty Faria em “Como não chorar sem derreter”

Melhor direção: Combustão não espontânea

Melhor filme: Jaci (Direção de Bruno Lobo La Loba)

Melhor filme – Júri Popular: Não precisa pedir desculpa (Direção de Franco Cavezale)

 

Mostra Nordeste

 

Melhor Filme – Júri oficial: Cavaram uma cova no meu coração (Direção de Ulisses Arthur)

Melhor montagem: Cavaram uma cova no meu coração

Melhor direção de arte: Solange não veio hoje

Melhor roteiro: Cavaram uma cova no meu coração

Melhor som: Dona Taquariana

Melhor fotografia: Solange não veio hoje

Melhor interpretação: Marcelo Prado por “Solange não veio hoje”

Melhor direção: Cavaram uma cova no meu coração

 

Mostra Brasil

 

Melhor filme – Júri oficial: Pássaro memória (Direção de Leonardo Martinelli)

Melhor filme – Júri popular: Samuel foi trabalhar

Melhor montagem: O nada

Melhor direção de arte: Bença

Melhor roteiro: Samuel foi trabalhar

Melhor som: Movimentos migratórios

Melhor fotografia: Castanho

Melhor interpretação: Margarida Baird em “O prazer é todo meu”

Melhor direção: Engole o choro

Fonte: Secult

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