O Senado vai aprovar a indicação de Gabriel Galípolo como novo presidente do Banco Central com maciça votação favorável. O que está em jogo é quando e em troca do quê.
Para comandar o BC em 2024, Galípolo, que já é diretor de Política Monetária do banco, precisa ser sabatinado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e aprovado em plenário.
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Oficialmente, a data da inquirição será estabelecida pelo presidente da CAE, Vanderlan Cardoso (PSD-GO).
Só Vanderlan tem três demandas:
que o governo altere e devolva ao Congresso na próxima segunda-feira (2) o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) sobre armas para atender mais demandas dos CACs (colecionadores, atiradores e caçadores) e também de clubes de tiro;
o destrave da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para transformar o BC em uma espécie de empresa pública, com autonomia orçamentária;
e a aceleração de um desfecho positivo sobre o imbróglio das emendas parlamentares, criticadas pelo governo Lula e suspensas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Na terça-feira (3), Vanderlan vai se reunir com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para discutir a data da sabatina.
Pacheco aproveitará a oportunidade em que o governo precisa do Senado para também ajudar emplacar suas pautas.
A principal delas é a renegociação da dívida dos estados com a União. Só sua Minas Gerais deve hoje cerca de R$ 165 bilhões ao Tesouro.
Líderes foram consultados por Pacheco e Vanderlan. A maioria deles também exige a reabilitação das emendas.
Os líderes disseram aos dois que não têm a menor pressa para atender ao governo e sabatinar Galípolo.
A preferência dos senadores é que a agonia do governo se estenda até depois das eleições municipais, no dia 6 de outubro.