Pais de crianças matriculadas em uma creche particular denunciam episódios de abusos sexuais no município de Eusébio, na Grande Fortaleza. Segundo os relatos das famílias, um professor tocava as partes íntimas das crianças no horário das aulas. Fato ocorreu entre os dias 20 e 23 de agosto.
A Secretaria da Segurança Pública (SSPDS) informou, por meio de nota, que a Polícia Civil investiga os casos de estupro de vulnerável que teriam ocorrido na instituição de ensino infantil. A pasta reforçou que a Delegacia Metropolitana de Eusébio está à frente das investigações.
Ao g1, a direção da creche informou que não vai se pronunciar no momento.
Pelo menos seis boletins de ocorrência foram abertos na Delegacia Municipal de Eusébio. Os episódios de abuso, segundo os pais, aconteceram há duas semanas.
“A situação ocorreu com meu filho de quatro anos e outras crianças da mesma faixa etária. Todas as mães
Segundo a mãe de uma das crianças, um inquérito policial já foi aberto e as famílias já realizaram boletins de ocorrências.
“Um inquérito policial já foi aberto. Agora são pais sendo ouvidos em um inquérito policial. Estamos entregando dia após dia imagens e mais imagens de nossos pequenos relatando o que acontecia e como acontecia. Tem sido uma dor imensa para todos nós e dói mais ainda injustiças acontecendo diante de nós, como a postura da escola que tem sida absurda, na tentativa de abafar o caso. Só queremos justiça e que isso não seja mais um caso como vários que devem acontecer e são abafados”, relata.
Relatos das crianças
A mãe conta ainda que após os abusos, o filho passou a ter pesadelos. A criança contou para ela que o professor fazia cócegas nas partes íntimas dela. Disse ainda que tem pesadelos com um “boi da cara preta”, relato que outras crianças também teriam dito aos seus pais.
“Cada dia são novos relatos. Na delegacia não para de chegar novos pais com novos relatos. Histórias que se encontram entre as crianças. Crianças que nem conviviam por serem de turmas diferentes. Mas, todas as crianças do sexo masculino. E com idade entre 2, 3 e 4 anos”, completa.
Alguns dos pais submeteram as crianças a exames de corpo de delito para ajudar nas investigações e aguardam o resultado.
Apoio psicológico
Outra mãe ouvida pelo g1 afirmou que o filho ainda não disse se o professor o tocou. Mas, quando ela pergunta sobre o caso, ele desvia o olhar e tem medo em falar algo. O seu comportamento também mudou. A mãe relata que o filho tem pesadelos e vive irritado.
“No caso do meu filho, ele ainda não relatou em palavras se o professor chegou a tocá-lo. Quando pergunto ele desvia o olhar e ficar com medo de dizer. Ele vem apresentando os mesmo comportamentos das outras crianças. Irritabilidade, medo do escuro, pesadelos constantemente, não querer ir à escola, muito choro quando ia. Ele faz acompanhamento com uma psicóloga”.