Uma mãe e um padrasto foram presos em flagrante por maus-tratos contra uma bebê, de 2 anos, que foi levada morta e enrolada em um cobertor a uma unidade de saúde de Itariri, no interior de São Paulo. A menina estava com diversos hematomas pelo corpo. Segundo apurado pelo g1, os pais, de 20 e 26 anos, permaneceram preso preventivamente após a audiência de custódia.
De acordo com o boletim de ocorrência, policiais militares foram acionados ao pronto-socorro de Itariri. No local, foram informados por um médico que a criança chegou enrolada em um cobertor, levada pela mãe, que gritava pedindo que atendessem a filha.
Ao examinar a menina, o profissional constatou que ela estava morta, constatando diversos hematomas antigos. Aos policiais, a mãe da vítima disse que colocou a filha no banheiro para usar o vaso sanitário e que, quando retornou, a menina estava caída no chão.
Desconfiado da situação, o médico acionou a PM. Ao saber que a filha havia morrido, a mulher passou mal e permaneceu em observação na unidade, pois está grávida e tem depressão. A médica que a atendeu disse que o estado era estável e por isso ela seria liberada.
Na ficha médica de atendimento da vítima, o médico descreveu que a menina estava sem pulso, inconsciente, pálida e com sinais de maus-tratos no final da coluna – entre a quinta vértebra lombar (L5) e o cóccix.
Além disso, a vítima estava com hematomas no rosto, cortes e escoriações em membros inferiores e superiores. Diante disso, o delegado requisitou exames periciais na casa da vítima, onde não foram constatados vestígios de sangue ou de violência.
Depoimento da mãe
Na delegacia, a mãe da vítima contou que a menina é fruto de um relacionamento anterior, que terminou em outubro do ano passado. Com o ex-companheiro, teve outro filho, de 4 anos. O menino permanece morando com o pai em Pesqueira (PE).
Questionada se costumava agredir a vítima, a mãe respondeu que sim, e que isso ocorria, às vezes, quando a menina desobedecia. Ela contou que dava palmadas e chineladas.
O delegado questionou a indiciada se o padrasto agredia fisicamente a vítima e ela informou que não, que apenas a advertia verbalmente. Segundo a mulher, ela e o marido não estavam em casa quando a menina teria subido no vaso sanitário, se desequilibrado, caído e batido a cabeça no assento.
A mulher disse acreditar que tenha sido isso o que acontece, pois, segundo ela, a menina já tinha ido ao banheiro e se machucado outras vezes. Ela contou ainda que havia saído para encontrar o marido, que estava em uma obra no canil, e que costumava deixar a vítima sozinha.
A mãe disse que o marido retornou para casa para buscar água, enquanto ela permaneceu no canil. Ao voltar, o homem informou que a menina estava com o rosto lesionado, e ela foi imediatamente para casa. Ao chegar, encontrou a menina deitada, aparentando estar inconsciente.
De acordo com o BO, a mulher também relatou que fez massagens no peito da vítima e, em seguida, a colocou embaixo do chuveiro, mas isso não resolveu. Nesse momento, um casal de vizinhos ajudou a socorrer a vítima e a levar ao pronto-socorro da cidade.
Depoimento do padrasto
Ao delegado, o indiciado afirmou que nunca agrediu a criança e que a mulher também nunca a agrediu na frente dele. O homem contou que o hematoma no rosto deve ser resultado da suposta queda do vaso sanitário.
Ainda em depoimento justificou que os demais hematomas no corpo da vítima eram picadas de mosquitos, que geravam coceiras e, consequentemente, as lesões.
O delegado decretou a prisão em flagrante do casal e determinou o indiciamento dos dois pelo crime de maus-tratos, qualificado pelo resultado morte.