A Cultura costurando a nossa existência. O emendo dessa grande colcha do 2º Sarau de Retalhos será concluído neste sábado (21), com muita poesia e música em Arapiraca, em plena chegada da Primavera.
O encontro está marcado para começar a partir das 18h, no Vila Vinil, gastrobar situado no bairro Santa Esmeralda. O local estará aberto para todos e todas que asneiam por eventos que tragam o prisma basal das nossas tradições nordestinas e seu resgate.
Na oportunidade, haverá “Roda de Conversa e Performance Poética” com Lirinha, Mago Véio e Antenor Cazuza, além de show da banda Quiçaça.
Adicionalmente, neste mesmo dia e local, ocorrerá a Feira da Troca do Sarau, incentivando a economia solidária e o escambo cultural. O ponto de arrecadação (roupas, calçados, acessórios, livros, sapatos etc.) é o próprio Vinil até sábado. Na data, basta levar seus itens e trocar na ocasião.
Para participar deste momento único, adquira seu ingresso antecipadamente por meio deste link: www.sympla.com.br/evento/sarau-de-retalhos-com-lirinha-mago-veio-antenor-de-cazuza-e-outros-as-es/2596980
OS VÁRIOS DEDOS DA POESIA
José Paes de Lira Filho, o Lirinha, estará estreando seus calcanhares em Arapiraca neste final de semana. Poeta, cantador e compositor, ele é ex-vocalista da banda Cordel do Fogo Encantado, consolidando carreira solo, mas sempre muito bem acompanhado.
“Primeira vez em Arapiraca, Alagoas, participando dessa roda viva de conversas, com declamações, histórias e memórias, ao lado de Antenor e Mago”, pontua o poeta pernambucano de Arcoverde em mensagem circulante nas redes sociais. O aviso de quem vem lá.
A bem da verdade, Lirinha tem um pé no teatro e os dedos na literatura, já tendo atuado e feito livro. Seu projeto musical mais recente foi lançado no ano passado, o “MÊIKE RÁS FÂN” — assim mesmo, com letras garrafais quase onomatopéicas.
Neste sábado (21), Arapiraca vai poder acolhê-lo em sua sombra, juntamente com outro grande poeta do nosso Nordeste, nascido na Prata da Paraíba, sertão do Cariri.
Poeta de família e essência, é filho do consagrado Zé de Cazuza, conhecido como “Homem Gravador”. Antenor Cazuza, o poeta forrozeiro que canta para o coração do povo, tem na língua a afiação e afinação certas.
Outro anfitrião na noite poética no Vinil é o Mago Véio. Artista da terra, ele é poeta popular e cantor da banda Quiçaça, dono de voz peculiar e única nos agrestes percorridos e, ao mesmo tempo, comum entre os aboios. Destaca-se também pelo trabalho solo, agora tendo no prelo o álbum autoral intitulado “Poetas que Cantaram o Mar, Mas Nunca o Avistaram”.
Na sequência, ocorrerá show da aclamada banda arapiraquense de reggae rock rural, Quiçaça.
O quinteto musical destilará também sua poesia psicordélica, tendo como filtro o cotidiano do homem e da mulher do Sertão e Agreste alagoanos.
A banda apresentará hits do seu EP Jurema e também músicas do seu vindouro álbum “Dichavadores de Fumo de Arapiraca”, misturando nessa mesma seda a lisergia e o psicologia advinda do nosso povo.
ATIVIDADES RETALHADAS
Na primeira fase do 2º Sarau de Retalhos, houve oficinas de poesia e confecção de livretos artesanais.
A Oficina de Escrita Poética aconteceu com o professor de Linguagens, Edson Granja, no Colégio Multivisão, em Arapiraca. No mesmo local, ocorreu também a Oficina de Livretos Artesanais, com Joelma Dantas, pedagoga, artesã e contadora de histórias.
A culminância para esses dois momentos foi no dia 14 de setembro, na Área Verde Dom Constantino Lüers, ponto-pulmão da nossa cidade-árvore.
O Sarau de Retalhos é um espaço de expressão artística e cultural, onde todos são bem-vindos e bem-vindas para mostrar seu talento e compartilhar suas experiências.
Esta 2ª edição do Sarau é uma realização da Companhia Teatral Raízes da Terra, com apoio da Lei Paulo Gustavo, por meio do Ministério da Cultura (MinC), em parceria com a Secretaria Municipal de Cultura, Lazer e Juventude de Arapiraca.
Ele se encerra bem no início primaveril, a estação que traz as sementes e as flores à tona. Com o encanto da poesia e da música, os bons ventos trarão os novos perfumes para alcançar os retalhos que ficaram expostos nesse grande varal que se abriu.