Cientistas encontraram o que pode ser a estrutura de um cachorro em marte. A possibilidade de vida no planeta continua sendo um mistério. No entanto, uma nova descoberta pode trazer mais perguntas do que respostas.
Recentemente, cientistas encontraram uma série de estruturas subterrâneas no planeta vermelho que estão gerando surpresas na comunidade científica. Entre elas, uma formação com o formato de um cachorro tem chamado atenção, indicando que Marte pode ter tido uma história mais complexa do que se imaginava.
A descoberta foi realizada por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Utrecht, na Holanda, e da TU Delft, na Dinamarca. Eles detectaram essas estruturas por meio de dados gravitacionais e de radar, revelando que elas estão localizadas sob camadas sedimentares de uma antiga massa oceânica no hemisfério norte de Marte. Ao todo, foram identificadas cerca de 20 formações subterrâneas, todas próximas à calota polar norte do planeta. Essas estruturas variam em tamanho e formato, e ainda é um mistério como surgiram e o que realmente representam.
TEORIAS INICIAIS E DESAFIOS CIENTÍFICOS
Os primeiros estudos sugerem que essas formações podem ter sido moldadas por impactos de meteoros antigos ou pelo efeito de atividades vulcânicas passadas. No entanto, essas hipóteses ainda são insuficientes para explicar o surgimento das anomalias. As estruturas estão cobertas por uma densa camada de sedimentos, o que leva os cientistas a acreditar que essa região já foi o fundo de um oceano há bilhões de anos, quando Marte era coberto por vastas extensões de água.
Com o desaparecimento desses mares, devido a mudanças climáticas extremas que transformaram o planeta, as camadas sedimentares se tornaram os principais vestígios da antiga hidrosfera marciana. “Através dos dados gravitacionais, temos uma janela intrigante para a história antiga do hemisfério norte de Marte”, afirma o professor Bart Root, da TU Delft, líder da equipe de pesquisa.
Além da curiosa estrutura em forma de cachorro, a equipe identificou outra descoberta potencialmente revolucionária: uma pluma de magma no manto de Marte, a cerca de 1.100 km de profundidade. Essa atividade geotérmica pode estar ligada ao vulcão Olympus Mons, o maior do Sistema Solar, sugerindo que Marte pode ter mais atividade geológica em curso do que se acreditava anteriormente.
Essas descobertas desafiam a visão de Marte como um planeta geologicamente morto. A possibilidade de um sistema geológico ativo reacende debates sobre o potencial habitável do planeta no passado e até mesmo sobre a existência de condições que possam sustentar vida em profundidades subterrâneas nos dias de hoje.
PRÓXIMOS PASSOS
A equipe de pesquisadores está agora conduzindo análises mais detalhadas para tentar entender a verdadeira natureza dessas estruturas. Estudos adicionais são necessários para determinar se essas formações foram esculpidas por forças geológicas naturais ou por eventos catastróficos, como o impacto de meteoritos. Embora as evidências de vida em Marte ainda sejam evasivas, as novas descobertas oferecem uma visão intrigante sobre o passado do planeta e as forças que moldaram sua superfície.