Plano Nacional de Educação segue travado na Câmara dos Deputados

Agência BrasilPlano Nacional de Educação segue travado na Câmara dos Deputados

Plano Nacional de Educação segue travado na Câmara dos Deputados

Enviado ao Congresso em 25 de junho, o novo Plano Nacional de Educação (PNE) ainda tem um longo caminho de discussão nos plenários das Casas legislativas.

Para começar, ainda é necessário definir a forma de tramitação. O último PNE, aprovado em 2014, foi analisado em uma comissão especial composta por parlamentares com conhecimento e afinidade com o tema.

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A CNN apurou que, agora, há preocupação da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados em perder o protagonismo durante a discussão caso a análise do projeto se repita como foi há uma década.

O presidente do colegiado, Nikolas Ferreira (PL-MG), vem defendendo nos bastidores que a matéria seja discutida na Comissão de Educação.

Devido ao atraso da chegada do projeto ao Legislativo do início da discussão, foi necessário que os parlamentares votassem a prorrogação das atuais diretrizes, definidas em 2014, até o final de 2025.

Com as eleições municipais se aproximando e o esvaziamento do Parlamento, somado à intensificação das articulações para a sucessão na Câmara, parlamentares consideram que o debate sobre o PNE seja adiado para 2025 — o que aumentaria ainda mais o atraso na aprovação do novo Plano.

ENTENDA O PNE

O PNE estabelece as metas do setor de educação para a próxima década. No plano enviado pelo governo, constam 18 objetivos, com 58 metas estabelecidas e 253 estratégias. Além disso, o plano foca na qualidade da aprendizagem, na questão da equidade e da inclusão para reduzir a desigualdade educacional do nosso país.

O plano anterior venceu em 25 de junho, e apesar da articulação da Frente Parlamentar Mista da Educação para a criação de uma comissão especial para agilizar a tramitação do novo Plano, a forma de tramitação ainda não foi definida.

Em contrapartida ao atraso para o envio do projeto pelo governo ao Congresso, o novo texto foi bem recebido pelos deputados. “O texto do MEC está muito técnico e foi bem recebido, não senti nenhuma resistência como eu tinha percebido no texto da Conae [Conferência Nacional de Educação, realizada em fevereiro], pelo teor ideológico. Não vi nada que fosse polêmico, ou que alguém estivesse chamando muito atenção para um ponto”, avaliou o deputado federal Rafael Brito (MDB-AL) à CNN.

SENADO

Em atenção com a inércia na Câmara, o Senado já deu início às discussões com base no texto do Executivo. O senador Flávio Arns (PSB-PR), presidente da Comissão de Educação na Casa, resolveu antecipar o debate com a realização de 20 audiências públicas. Na próxima segunda-feira (23) ocorrerá o quinto encontro.

Arns, que foi relator do Novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), aprovado em 2020 no Senado, diz que tenta fazer o mesmo movimento articulado para a aprovação do projeto na época: alinhar o texto para agilizar o andamento da proposta.

“Nós já compartilhamos do mesmo texto. Eu quero ver se a gente consegue fazer algo parecido no PNE para não demorar muito, pois é um assunto polêmico. Não queremos nada de ideologia, partido político, queremos ver o que é possível”, disse à CNN.

SISTEMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO

Em um cenário ideal, acredita Arns, o novo PNE seria discutido com o Sistema Nacional de Educação já implementado.

O sistema funcionaria para regulamentar as esferas de atuação de cada ente da federação no âmbito da educação brasileira. O projeto de lei que regulamenta a medida já foi aprovado no Senado.

Para o senador, a falta desse eixo condutor foi o motivo do fracasso do último PNE. “Houve falta de articulação e isso precisa ser mudado. Isso agrava o fato de o governo estar atrasado em relação ao plano, que deveria ter sido discutido no ano passado”, aponta.

Fonte: CNN Brasil

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