O delegado Waldo Reis, responsável pela investigação sobre a morte de dois adolescentes durante uma perseguição policial em Colônia Leopoldina, Zona da Mata de Alagoas, afirmou que as vítimas não tinham histórico criminal. O episódio, ocorrido no último domingo (13), está sendo investigado após divergências entre a versão da Polícia Militar (PM) e o relato dos familiares das vítimas, que contestam a versão oficial de que houve troca de tiros.
Nesta quarta-feira (16), a moto em que os adolescentes estavam foi periciada, assim como a viatura da PM envolvida no caso. As armas apresentadas pelos policiais como sendo dos adolescentes também passarão por perícia, segundo o delegado. Waldo Reis ainda informou que dois policiais militares já foram ouvidos e que os demais envolvidos na ocorrência foram intimados. Familiares dos adolescentes também prestaram depoimento.
O caso
De acordo com a Polícia Militar, equipes do Pelotão de Operações Especiais (Pelopes) do 14º Batalhão estavam em patrulhamento no centro de Colônia Leopoldina quando receberam informações de que dois jovens em uma moto estavam tentando realizar assaltos. A PM afirma que, durante a abordagem, os ocupantes da moto desobedeceram à ordem de parada e um deles teria disparado contra os policiais, desencadeando a perseguição.
A perseguição seguiu por uma estrada de barro, onde a viatura policial perdeu o controle e capotou, derrubando os adolescentes da moto. A PM afirma que, mesmo após a queda, os jovens continuaram atirando, o que levou os policiais a reagirem. Os adolescentes foram levados ao hospital, mas não resistiram aos ferimentos. Um dos policiais também ficou ferido e precisou ser transferido para o Hospital Regional do Norte devido a uma fratura na clavícula.
Apesar da versão apresentada pela PM, o delegado Waldo Reis ressaltou que não há registros de ligação dos adolescentes com crimes e que nenhuma denúncia formal de assaltos foi apresentada contra eles até o momento.