Selton Mello se emocionou ao falar sobre sua participação em “Ainda Estou Aqui” em entrevista para jornalistas durante evento de pré-estreia em São Paulo, nesta sexta-feira (18). Na adaptação do livro de memórias de Marcelo Rubens Paiva, o ator interpreta o pai do autor, o ex-deputado Rubens Paiva, que foi assassinado pela ditadura militar.
“Eu sou da geração que se emocionou com ‘Feliz ano velho’. Eu era fã do Marcelo. E nunca imaginei que um dia interpretaria o pai do Marcelo”, afirmou Mello, emocionado.
“No filme, a gente tem no final a [personagem da] Fernanda Montenegro com Alzheimer. E foi assim que eu perdi minha mãe. Então, com o tempo esse filme foi ficando muito pessoal.”
A obra narra a história de Eunice Paiva, mãe do escritor, que se reinventou após a morte do marido como advogada e uma das maiores ativistas dos Direitos Humanos do Brasil.
Por sua interpretação no papel, Fernanda Torres recebeu elogios da crítica internacional e é cotada para receber uma indicação ao Oscar. “Eu torço muito pela Nanda”, disse Mello, enquanto segurava lágrimas.
O filme, que vai ser exibido durante a Mostra de São Paulo, estreia nos cinemas brasileiros em 7 de novembro. O evento foi o primeiro do filme no Brasil após exibições em diversos festivais internacionais, como o de Veneza, onde ganhou prêmio de melhor roteiro.
Mello se sentou ao lado de Torres e de Paiva, do diretor Walter Salles e dos roteiristas Murilo Hauser e Heitor Lorega. A atriz explicou que a produção foi filmada em ordem cronológica, o que a ajudou a entrar na personagem.
“No dia em que o Selton foi levado, eu pensei: ‘amanhã ele não vai mais estar aqui'”, contou Fernanda Torres. “A atuação foi baseada em algo que o Walter fez no filme todo, que é a subtração. As cenas não são melodramáticas, a trilha não é invasiva.”
Filme tenta vaga no Oscar
“Ainda estou aqui” foi o escolhido pelo Brasil para disputar uma vaga no Oscar 2025 na categoria de melhor filme internacional. A Academia de Hollywood, organizadora do Oscar, divulga uma lista de pré-selecionados em 17 de dezembro.
O filme é o reencontro do diretor Salles e Fernanda Montenegro. Em “Central do Brasil” (1998), a dupla conseguiu a última indicação do país na categoria (quando ainda se chamava melhor filme estrangeiro).