Israel anunciou, nesta segunda-feira (21), que encontrou um bunker construído sob o Hospital Al-Sahel, em Beirute, onde o Hezbollah armazenava mais de US$ 500 milhões em ouro e dinheiro.
O Hezbollah acusou Israel de destruir “o que restava das instalações civis” em vilas na fronteira do sul do Líbano, em comunicado nesta segunda-feira (21).
O grupo extremista libanês afirma que as tropas israelenses “seguiram uma política de minar, explodir e destruir todas as instalações e casas civis no caminho da invasão” em suas operações terrestres, mas afirmou que seus combatentes seguem resistindo, atacando concentrações de soldados nessas localidades e também bombardeando cidades do norte de Israel.
“O inimigo ocupou nossas vilas fronteiriças, mas nenhum dos objetivos da agressão aérea e terrestre contínua foi alcançado. As operações de resistência continuam, com foguetes de diferentes tipos sendo lançados em direção às colônias de Haifa, subúrbios de Tel Aviv e Tiberíades sem parar, e as sirenes de alarme não cessam. (…) O som de seus foguetes supera o som das agressões diárias, provando que o inimigo não tem outra escolha senão ceder”, diz o Hezbollah.
Em comunicado, enviado quase simultaneamente ao do grupo extremista libanês, as Forças de Defesa israelenses confirmaram operações para “limpar e neutralizar ameaças”, porém afirmam que munições de precisão estão sendo usadas nos ataques e enumeram os alvos atingidos como instalações usadas por terroristas:
“Como parte da operação das tropas, os soldados direcionaram drones com mísseis explosivos, que atingiram e desmantelaram posições de lançamento antitanque e postos de comando usados por agentes da organização terrorista Hezbollah. (…) Além disso, o Centro de Controle de Incêndio da brigada direcionou uma aeronave da IAF que atingiu e destruiu uma instalação de armazenamento de armas contendo mísseis Kornet e uma posição de lançamento da organização terrorista Hezbollah, que tinha como alvo as comunidades do Panhandle da Galileia”.
Em dois vídeos, o Exército de Israel divulgou imagens da “infraestrutura terrorista desmantelada”. Horas mais tarde, também mostrou um dos cinco mísseis que interceptou voando sobre o Mar Mediterrâneo nesta segunda sendo destruído.
Também nesta segunda, o Ministério da Saúde do Líbano reportou seis mortos, incluindo uma criança, em um bombardeio israelense contra a cidade de Baalbek, no leste do país.
A agência oficial libanesa de notícias, ANI, afirma que as vítimas do “bombardeio com drone”, que destruiu um prédio residencial, eram membros de uma mesma família.
Ataques no fim de semana
O Exército israelense bombardeou dezenas de posições do Hezbollah em Beirute e no sul do Líbano neste domingo (20), enquanto continuava sua ofensiva contra o Hamas em Gaza, onde as equipes de resgate relataram mais de 70 mortos em um ataque no dia anterior.
Os bombardeios contra a periferia sul de Beirute, um reduto do movimento xiita libanês, ocorrem um dia após o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusar o grupo Hezbollah de tentar assassiná-lo.
No Líbano, mais de 50 cidades no sul foram bombardeadas neste domingo, segundo a agência de notícias libanesa ANI, que relatou “14 ataques consecutivos” em apenas 15 minutos contra a cidade fronteiriça de Khiam.
A ANI também informou que o Exército israelense explodiu várias casas em três cidades que fazem fronteira com Israel.
Em Beirute, a capital, um dos atentados atingiu um edifício residencial perto de “uma mesquita e de um hospital”, segundo a mesma fonte.
O Exército israelense informou ter bombardeado um “centro de comando” do Hezbollah e uma fábrica subterrânea de armas em Beirute. Anunciou também que matou três milicianos do movimento libanês em outros ataques no sul do país.
Pouco depois, relatou 70 “projéteis” disparados do Líbano em questão de minutos. Alguns deles foram interceptados.
No sábado (19), as forças israelenses afirmaram ter bombardeado “cerca de 175 alvos terroristas na Faixa de Gaza e no Líbano”.
“Não estamos apenas derrotando o inimigo, mas também destruindo-o em todas as cidades ao longo da fronteira”, declarou o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, durante uma visita ao norte de Israel.
Pelo menos 1.454 pessoas morreram no Líbano desde 23 de setembro, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais. A ONU contabiliza cerca de 700 mil pessoas deslocadas no país.