Secretário de Segurança admite falha no planejamento para receber torcedores do Penãrol no Rio: ‘Subestimaram’

O secretário de Segurança do Rio de Janeiro admitiu, em entrevista ao Estúdio i, que houve falha no planejamento para receber os torcedores do Penãrol na capital fluminense. Mais de 250 uruguaios foram detidos depois de se envolverem em uma briga generalizada com a Polícia Militar e banhistas na orla do Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio.

“Com certeza tinha uma certa previsibilidade, planejamento é vislumbrar o pior cenário e estar preparado para ele e isso não aconteceu nesse caso. Subestimaram o evento, o número de policiais era inadequado para a quantidade de torcedores criminosos, já não bastassem os criminosos que temos no Rio de Janeiro”, disse o secretário Victor Santos.

“Houve uma falha no planejamento e isso causou esse tipo de problema. Foi falha, sem dúvidas, isso é inadmissível, seja por parte do planejamento seja por esses criminosos que levaram transtorno e prejuízo para os comerciantes”, continuou.

O governador Cláudio Castro (PL) confirmou que o grupo será expulso do RJ. Antes, todos serão autuados na Cidade da Polícia.

Mais cedo, o prefeito Eduardo Paes (PSD) disse: “Alertamos algumas vezes a Polícia Militar que o local e o modelo trariam esses problemas!”.

Questionado, Victor Santos disse não saber se o prefeito falou com o batalhão local e que o planejamento de segurança não cabe à prefeitura, mas sim ao estado.

“Não cabe à prefeitura, mas sim ao estado, que é nossa responsabilidade. Se quem planejou subestimou, é isso que será apurado para que não ocorra novamente”, afirma ele.

Os uruguaios vieram à cidade para o jogo de ida da semifinal da Conmebol Libertadores contra o Botafogo, nesta noite.

Segundo a Polícia Militar, a confusão começou por volta do meio-dia, depois que um dos torcedores furtou um celular de uma padaria. Foi quase uma hora e meia de selvageria e vandalismo praticamente sem repressão até que chegassem reforços da própria PM e do Corpo de Bombeiros.

Autoridades afirmaram que o grupo será escoltado para fora do estado e não assistirá à partida.

Pelo menos 250 aurinegros foram detidos. Uma arma foi apreendida.

80 minutos de horror

 

Entre 12h e 13h20, aurinegros, muitos escondendo o rosto, usaram paus e pedras para atacar os poucos policiais militares no local e até banhistas. PMs tentavam contê-los com bombas de efeito moral, em vão.

A confusão se agravou. Praticamente todo o mobiliário de um quiosque no calçadão foi furtado: mesas serviam de escudo, e armações de barracas, de porrete. O que estivesse ao alcance da turba, como garrafas de vidro e latas, era atirado contra quem tentasse detê-los.

No asfalto, uma moto acabou incendiada. O trânsito da Avenida Lúcio Costa foi interditado por segurança.

Na areia, mais vandalismo. Um carrinho usado para guardar barracas e cadeiras de praia foi saqueado, e os objetos, também usados como arma.

Por volta das 13h15, homens do Batalhão de Choque chegaram e foram cercar os vândalos.

Em represália, moradores do entorno saquearam um dos ônibus de excursão dos torcedores e atearam fogo ao coletivo.

Às 13h20, quando as forças de segurança estavam em maior número, um grupo foi contido e obrigado a se sentar no chão.

Fonte: G1

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