Diálogos encontrados pela Polícia Federal (PF) revelam como investigados por um suposto esquema de venda de sentenças conversavam abertamente sobre as tratativas envolvendo julgamentos no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
Durante a investigação, a corporação encontrou conversas antecipando resultados, negociações de valores e cobranças relativas aos supostos repasses para magistrados e familiares.
Os envolvidos são alvos da operação “Ultima Ratio” que levou ao afastamento de cinco desembargadores e cumpriu 44 mandados de busca e apreensão.
Algumas das mensagens identificadas pela PF foram encontradas no celular do advogado Felix Jayme da Cunha.
Em uma troca de mensagens em 6 de abril de 2021, por exemplo, além de antecipar o resultado, o advogado fala para um servidor do TJ que teria ocorrido um “leilão danado” e que “cada um quer mais que o outro”.
No relatório, a PF relata a seguinte mensagem enviada por Félix sobre um julgamento:
“To ticado num julgamento das 14hrs de hj sai agirá do TJ, vou faturar 3×2… Pqp leilão danado kkkk … Cada um quer mais que o outro”.
Os investigadores ressaltam que, em um novo contato, dois dias depois, Felix envia mensagem confirmando o resultado e reforçando a compra da decisão do TJMS.
No texto, ele diz que estava “complementando um pagamento daquele que foi terça”.
“Oh Solito, o seu eu vou sacar hoje, tá, é que eu tava complementando um pagamento daquele que foi terça, cara, ganhei por 3 x 2 lá, Bolachinha, Marcão e Divoncir, oh, coisa boa hein, Solito, aí, o seu eu ranco hoje, ontem eu terminei de pagar os caras lá”.
A PF também diz que identificou uma grande quantidade de saques ocorridos na conta do advogado nos dias 1º, 5 e 6 de abril de 2021.