O Senado adiou a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Bets, que estava prevista para ocorrer às 14h desta sexta-feira (25).
O motivo do adiamento foi a ausência em Brasília do senador Otto Alencar (PSD-BA), que por ser o mais idoso do colegiado, presidiria a reunião para instalar a comissão.
Ainda será definida uma nova data para o início dos trabalhos, quando os integrantes do colegiado vão eleger presidente e vice e será indicado o relator da comissão.
A CPI das Bets foi criada no início deste mês com o objetivo de apurar o aumento da influência de jogos virtuais e apostas esportivas no orçamento das famílias brasileiras.
De acordo com o pedido de criação da CPI, o colegiado vai investigar o envolvimento de organizações criminosas especializadas em lavagem de dinheiro com apostas online.
Além disso, o colegiado também vai mirar a contratação e a conduta de influenciadores digitais que promovem sites de apostas esportivas e outros jogos de azar.
“Os jogos virtuais de apostas online envolvem grandes quantias de dinheiro que transitam de forma rápida e muitas vezes anônima, o que torna o setor suscetível a práticas de lavagem de dinheiro”, afirmou a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), que propôs a criação da CPI.
No pedido de CPI, a parlamentar citou denúncias de manipulação de resultados e de criação de contas falsas para movimentar recursos ilegais por meio das bets.
Ainda de acordo com Soraya, além de colher depoimentos e pedir quebras de sigilo, a CPI poderá elaborar projetos de lei para aprimorar o controle e o combate a quadrilhas e à lavagem de dinheiro. E propor medidas para proteger o consumidor e a “integridade do mercado”.
A CPI é composta por 11 membros titulares e sete suplentes e terá prazo de 130 dias para a conclusão das atividades. O limite de despesas do colegiado é de R$ 110 mil.
CPI da Manipulação no Futebol
Com a instalação da CPI das Bets, o Senado passará a ter em funcionamento dois colegiados com finalidades semelhantes.
Em abril, foi instalada a CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, após denúncias de que atletas estavam sendo pagos por criminosos para praticar determinadas condutas em partidas de futebol para gerar ganhos aos participantes do esquema.
A CPI da Manipulação no Futebol tem previsão de conclusão dos trabalhos em fevereiro do ano que vem.