Lula pode se arriscar mais do que Bolsonaro, pois não tem sombra na esquerda, diz especialista

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Lula pode se arriscar mais do que Bolsonaro, pois não tem sombra na esquerda, diz especialista

O cientista político Leonardo Barreto, sócio da consultoria Think Policy, apresentou uma análise durante o WW desta sexta-feira (25) sobre o cenário político atual, destacando as diferenças entre as estratégias do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).

Segundo o especialista, o presidente Lula pode se arriscar mais em seus atos e discursos devido à ausência de figuras que desafiem sua autoridade no campo da esquerda.

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Barreto argumenta que Lula tem mais liberdade para fazer movimentos políticos, pois “não tem mais ninguém à esquerda dele para competir por esse espaço, diferente de Bolsonaro”. Esta situação permite ao atual presidente considerar alianças mais amplas e pragmáticas.

DESAFIOS DA DIREITA E DO CENTRO

O analista ressalta o dilema enfrentado por Bolsonaro e o PL: “O quanto que, por exemplo, o Bolsonaro pode caminhar para o centro sem abrir um flanco para um adversário”.

Barreto cita como exemplo a eleição em São Paulo, onde a aposta de Bolsonaro em um candidato mais centrista abriu espaço para uma campanha mais à direita.

Lula, por outro lado, tem um histórico de alianças diversificadas, tendo já contado com o PL como vice em gestões anteriores.

O cientista político sugere que o presidente poderia, por exemplo, “convidar o União Brasil para ser parceiro em 2026, convidar o MDB”, relembrando que “tudo isso já foi feito” anteriormente.

O PAPEL DO CENTRÃO E O FUTURO DO GOVERNO

Barreto chama atenção para o poder dos cinco partidos do Centrão no Congresso Nacional, que “mandam no governo” e foram “vencedores da eleição”.

Ele levanta uma questão crucial: “Será que esse preço, que vai ser cobrado do Lula, vai ser tão alto que ele vai ter condições de pagar?”

O especialista aponta que a discussão sobre o custo político e a readequação do apoio desses partidos ao governo Lula começará a se intensificar, especialmente com a aproximação da eleição para presidente da Câmara.

Este momento será crucial para determinar o preço que esses partidos cobrarão “para poder salvar o governo”.

A análise de Leonardo Barreto oferece uma perspectiva sobre os desafios e oportunidades que o governo Lula enfrentará nos próximos anos, destacando a importância das alianças políticas e o delicado equilíbrio necessário para governar em um cenário político fragmentado.

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