Os servidores da Secretaria de Estado da Fazenda de Alagoas (Sefaz) realizaram, nesta quarta-feira, 30, um ato em memória de João de Assis, auditor fiscal brutalmente assassinado em exercício de sua função. A mobilização ocorreu no prédio-sede da Sefaz, no Centro de Maceió.
O ato reuniu colegas e autoridades que reforçaram o pedido de justiça pelo crime. O secretário especial da Receita Estadual, Francisco Suruagy, convocou a sociedade alagoana a se solidarizar com o caso e unir forças para que os responsáveis sejam devidamente punidos.
“Estamos reunidos para clamar por justiça por nosso colega, vítima de uma ação cruel e covarde. Ele foi assassinado enquanto cumpria seu dever em nome do Estado. Pedimos que toda a sociedade alagoana se solidarize com este caso e que os responsáveis respondam proporcionalmente pela gravidade do crime. Convidamos a todos para acompanhar o julgamento”, afirmou.
Outros atos
No último domingo (27), amigos e colegas de profissão do auditor fiscal estadual realizaram um primeiro ato público com o pedido de condenação dos acusados, na rua fechada, na orla da capital alagoana, durante toda a manhã.
Há ainda chamamento para nova mobilização, marcada para acontecer a partir das 7h desta quinta-feira (31), em frente ao Fórum do Barro Duro, onde ocorrerá o Tribunal do Júri dos cinco acusados pelo crime, às 9h. Os interessados podem assistir presencialmente.
O caso
O auditor fiscal foi morto e teve o corpo parcialmente carbonizado em um trecho da Avenida Cachoeira do Meirim, no Benedito Bentes, em 26 de agosto de 2022. A motivação teria sido o fato de João de Assis, durante o exercício da profissão, ter encontrado irregularidades no estabelecimento comercial, localizado no Tabuleiro do Martins.
Durante o desentendimento, o auditor fiscal entrou em luta corporal com os acusados e acabou caindo desacordado. Ainda conforme o processo, a vítima foi espancada, asfixiada, apedrejada e esfaqueada. Após o crime, os réus utilizaram gasolina e papelão para carbonizar o corpo da vítima em uma área de matagal.
Mesmo após o crime ter acontecido, os réus fecharam apenas uma parte do estabelecimento e continuaram atendendo clientes enquanto Maria Selma limpava as manchas de sangue do local, com ajuda de um menor de idade.
Após as investigações policiais, os acusados foram identificados e presos. Agora eles passarão pelo Tribunal do Júri. São eles: os irmãos Ronaldo Gomes de Araújo, Ricardo Gomes de Araújo da Silva, e João Marcos Gomes de Araújo, além de Vinicius Ricardo de Araújo Silva, todos por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e corrupção de menor.
Já Maria Selma Gomes Meira, mãe de Ronaldo, Ricardo e João, será julgada pelo crime de ocultação de cadáver, fraude processual e corrupção de menor.
Matéria referente ao processo nº 0700655-24.2022.8.02.0067
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