Integrantes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avaliaram positivamente a participação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), na reunião desta quinta-feira (31) para discutir a PEC da Segurança, mas criticaram o chefe do executivo de Goiás, Ronaldo Caiado (União).
Tarcísio foi considerado “pragmático” em suas colocações, enquanto Caiado aproveitou o debate para “lacração” e “dar show”, conforme expressões usadas por assessores presidenciais.
Os dois governadores são citados como pré-candidatos da direita à Presidência da República em 2026.
O governador de São Paulo defendeu um sistema nacional de controle de fronteiras. Ele também sugeriu enviar ao Congresso um pacote amplo, e não só a PEC.
Em entrevista coletiva, Tarcísio disse que a PEC não é um produto pronto.
Segundo ele, é “importante” o governo federal e os dos estados estarem integrados. E disse que a “iniciativa é um primeiro passo na direção correta” e que é “fundamental preservar a autonomia dos estados”.
Por sua vez, Caiado, na reunião, disse que a proposta do governo Lula é “usurpação do poder” dos estados.
“Entender que a legislação penal e a legislação penitenciária devem ser estipuladas por nós, como é feito nos Estados Unidos, que têm um sistema federado semelhante a nós”, argumentou Caiado.
“É uma usurpação de poder, uma invasão de prerrogativa, de uma prerrogativa que já está garantida a nós, governadores”, completou o governador de Goiás.
De modo geral, as ponderações dos chefes dos executivos estaduais — mesmo os de direita — foram considerados naturais e pertinentes para o debate.
A avaliação no governo é que a recepção positiva foi a maioria entre os governadores.
Há uma percepção, porém, que será preciso trabalhar mais para o entendimento de que a PEC da Segurança não vai tirar autonomia dos estados.
Os governadores devem fazer sugestões de alterações no texto. Segundo a CNN apurou, não há ficou determinada uma data para o envio dessas propostas.