A estudante Gabriela de Mendonça Camargos Dalvi, de 17 anos, viu seu sonho de cursar Medicina ser atrasado de forma inesperada e angustiante. Depois de um ano de preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), aplicado em todo o Brasil neste domingo (3), a jovem ficou presa no elevador do prédio onde mora, em Linhares, no Norte do Espírito Santo, minutos antes do fechamento dos portões.
“Estou muito abalada, porque eu fiquei o ano inteiro estudando para o Enem, e fiquei presa no elevador justamente hoje”, disse Gabriela.
A queda de energia ocorreu por volta de 12h20. Gabriela contou ao g1 que estava com o pai a caminho da escola em que faria a prova, localizada a apenas cinco minutos de casa.
“Eu estava descendo para a garagem, que fica no subsolo, mas o elevador parou logo que cheguei. Houve um pico de energia e fiquei presa por 40 minutos”, lembrou.
Em meio à aflição, Gabriela disse que tentou forçar a porta para alcançar a saída, mas ficou com medo de se machucar. Pai e filha tiveram que aguardar a volta da energia.
Gabriela mora no terceiro andar do prédio há 12 anos e nunca presenciou uma falha parecida.
“Um amigo, morador do mesmo prédio, usou o elevador cinco minutos antes de mim e conseguiu sair sem problemas. É difícil aceitar, porque me preparei o ano todo, e isso aconteceu justo no dia que eu mais precisava”, lamentou a estudante.
A mãe de Gabriela, Bárbara Pessoa de Mendonça, disse a família toda ficou chateada com a situação.
“O meu sentimento é de tentar confortá-la. Eu fiquei chateada, mas não demonstrei no momento, porque eu precisava ser forte para ajudá-la. Gabriela se prepara desde o 9º ano para o Enem, porque ela quer um curso que é um dos mais difíceis. E agora, foi tudo por água abaixo, por causa de uma coisa que ninguém esperava”, lamentou a mãe.
O pai da estudante, Gustavo Paraiso Dalvi, disse que eles ficaram de 12h22 até 12h56 presos no elevador.
“Ela está no 3º ano e perdeu a prova. Ficou arrasada e triste. Saímos com antecedência, com tranquilidade, e nunca imaginava que iria acabar a energia. O local da prova fica a cinco minutinhos de casa”, contou o pai.
Segundo Dalvi, o local da prova, não foi afetado pela falta de energia. A concessionária de energia EDP foi procurada pela reportagem para saber o que aconteceu na região, mas ainda não houve retorno.
A jovem disse que vai tentar a reaplicação da prova. “Se não for possível, vou continuar estudando para o ano que vem. Não vou desistir”, disse a jovem.
Gabriela de Mendonça Camargos Dalvi contou que já foi aprovada em duas faculdades particulares no estado, mas o desejo é cursar medicina na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).