A diplomacia brasileira avalia que a declaração de apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Kamala Harris não deverá interferir nas relações econômicas entre Brasil e Estados Unidos.
A leitura em Brasília é de que o comércio bilateral entre os dois países é independente dos governos de ocasião e não se pauta por aspectos ideológicos.
Lula declarou apoio a Kamala, candidata do Partido Democrata à Casa Branca, e foi criticado por integrantes do mercado financeiro. A posição, no entanto, foi minimizada pelo governo brasileiro.
O diagnóstico foi de que Lula já tinha declarado apoio a Joe Biden, quando ainda era candidato, e o posicionamento do petista faz parte de uma estratégia ampliada de defesa da democracia.
Nas palavras de um diplomata brasileiro, não seria uma posição de neutralidade que melhoraria a relação entre Lula e Donald Trump, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A relação de Lula com Trump é comparada com a do presidente da Argentina, Javier Milei. Ou seja, adversários ideológicos, mas parceiros comerciais.
A diplomacia brasileira, no entanto, tem receio sobre a promessa de Trump de taxar os importados, o que pode afetar a balança comercial com o Brasil.
Trump prometeu aumentar tarifas, além de promover uma deportação em massa de estrangeiros e diminuir a independência do Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos.