Eletrônicos ficaram presos a estruturas retorcidas
A Polícia Científica de Alagoas já iniciou os trabalhos de mapeamento da área atingida pela explosão, ocorrida na madrugada desta quinta-feira, 07, no Residencial Maceió I, no bairro de Cidade Universitária, parte alta de Maceió. Após esta etapa, os peritos criminais realizarão a reconstituição da região afetada para entender a dinâmica da explosão.
Segundo o perito criminal, George Deokaran, alguns vestígios biológicos e de natureza química já foram coletados para perícia. Além disso, a Polícia Científica também já deu início ao trabalho de propagação da onda explosiva, com o intuito de entender a extensão do impacto e até onde a onda se propagou.
“Realizamos a remarcação dos quadrante. Estamos dividindo a área em alguns quadrantes para coletar alguns vestígios, tanto biológicos quanto de natureza química. Depois, vamos reconstituir a área para entender a dinâmica da explosão. Vamos buscar ainda alguns efeitos característicos das explosões, como efeitos térmicos e de crateramento. Para que a gente consiga indicar o ponto inicial da explosão. Paralelamente, outros peritos estão fazendo trabalho de propagação de onda explosiva para indicar até onde teve efeito”, disse o perito.
A Polícia Científica estima que a área a ser periciada seja relativamente grande, dado os danos significativos. Deokaran destacou ainda que, embora a hipótese inicial aponte para a exclusão de explosivos, cães farejadores do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) vão ser utilizados para verificar a presença de materiais explosivos.
“Estamos estimando uma área periciada relativamente grande por conta dos danos. Estamos também com a hipótese de exclusão de explosivos, mas só vamos confirmar com as buscas com cães farejadores do Bope”, disse.
No local, dois engenheiros realizam um estudo detalhado dos danos estruturais, analisando a força da onda explosiva. Essa análise ajudará a estimar a quantidade de gás envolvido na explosão, uma vez que as investigações iniciais apontam para uma explosão de origem mecânica, possivelmente envolvendo um confinamento de gases.
“Já temos indícios de onde começou. Já fizemos a coleta em dois locais. O material coletado será enviado ao Laboratório de Química Forense, onde serão feitos exames. Dependendo do resultado, podemos confirmar se o local onde a gente coletou os vestígios é o local de origem da explosão. Os indicios estão apontado para explosão de origem mecânica, que é um confinamento de gases. Neste trabalho, vamos estimar a quantidade de gás que foi responsável pela explosão”, relatou.
O trabalho de mapeamento da área deve seguir até o início da noite de hoje. Os materiais coletados serão enviados para análise do Laboratório de Química Forense e do setor de Genética para que as hipóteses da origem da explosão sejam confirmadas.
Entenda o caso
Na madrugada desta quinta-feira, 07, uma explosão resultou no desmoronamento de alguns imóveis do Residencial Maceió I, no bairro Cidade Universitária. Com a tragédia, três pessoas morreram e outras quatro ficaram feridas.
“Agora o trabalho pericial vai verificar os cômodos, de que forma os corpos foram atingidos e quais tipos de ferimentos eles tiveram. Isto tudo para descobrir qual foi a causa. Também na perícia, iremos saber se realmente teve a explosão por conta do gás ou devido ao acúmulo dele”, informou a tenente-coronel Viviane Suzuki, coordenadora do setor de comunicação do Corpo de Bombeiros.
A Polícia Civil de Alagoas também enviou equipe ao local da explosão e já iniciou as investigações sobre o caso.
“Desde que tomamos conhecimento sobre o caso, os policiais do 10º Distrito Policial, que ficarão responsáveis pelas investigações, se deslocaram para o local. As investigações iniciais apontam que a explosão é realmente acidental. Inclusive, os peritos conversando com os policiais informaram que provavelmente houve um vazamento de gás e teria ocasionado a explosão. Infelizmente, com a morte de três pessoas. No entanto, nesta manhã, os peritos pediram mais tempo para realizar as análises para que seja fechada a linha de investigação. De toda forma, temos prazo de 30 dias para definir a linha de investigação adotada”, finalizou o delegado Sidney Tenório, coordenador do NIESP – Núcleo de Investigação Especial da Delegacia Geral da Polícia Civil.
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