O governo Lula (PT) vai reforçar a pressão junto a parlamentares pela PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Segurança Pública após a execução de um empresário no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
O objetivo é, em encontros com deputados e senadores, ressaltar que a proposta torna compulsório o compartilhamento de informações entre as polícias, o que é considerado fundamental para combater o crime organizado.
O empresário morto em Guarulhos, Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, era investigado por envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e havia fechado um acordo de delação para entregar informações sobre a organização e esquemas envolvendo policiais.
“Padronização de dados e metodologia uniforme é fundamental para combater o crime organizado que atua nacionalmente e até internacionalmente”, diz uma fonte do governo Lula. “[Atualmente] cada força se acha “dona” das informações e não as compartilha com as demais.”
A PEC da segurança pública foi apresentada no dia 31 de outubro numa reunião de Lula e outros integrantes do governo federal com governadores.
Na ocasião, alguns se mostraram reticentes – caso de Ronaldo Caiado (União), de Goiás, que disse a proposta era uma “invasão” nas funções dos estados que Goiás não tinha problemas de segurança na mesma proporção que outros estados – Lula, em resposta, ironizou e disse que “Goiás é único estado que não tem problema de segurança” no Brasil.
Governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) argumentou que seria necessário ir além do que está previsto na PEC e propôs que os estados se reunissem para apresentar propostas.
Segundo o blog apurou, o governo federal comemora o fato de Tarcísio não totalmente contrário à PEC, e sinalizou disposição para mudanças.