10 homicídios: Assassino em série de Maceió visitava túmulo das vítimas e planejava mais crimes

Um homem acusado de assassinar friamente uma adolescente de 13 anos, confessou em depoimento que cometeu oito assassinatos. Albino Santos de Lima, de 42 anos, já é considerado pela polícia o maior assassino em série de Alagoas. Ao todo, a Polícia Civil (PC) atribui a ele outros dois homicídios, totalizando dez crimes. Das vítimas confirmadas, sete são mulheres e três homens.

De acordo com as investigações, o homem seguia um padrão de utilizar roupa preta, boné e esconder o rosto para praticar os homicídios. “Ele sempre agia do mesmo jeito, a maiorias das vezes a noite, usando roupas pretas e de boné para esconder o rosto. Ele é um predador, um assassino em série, muito frio e calculista”, disse o delegado Gilson Rego.

As primeiras pistas do caso começaram a aparecer após a PC divulgar imagens do acusado, pouco após a morte da adolescente Ana Beatriz, uma das vítimas do assassino confesso. Após denúncia de uma testemunha, a polícia encontrou uma pistola, munição, luvas, boné e máscara preta. Além disso, também encontrou a mesma roupa que o homem aparecia no vídeo divulgado pela própria PC.

DUAS VÍTIMAS ADOLESCENTES

Dentre as dez vítimas de Albino Santos, pelo menos duas eram adolescentes de 13 anos. Ana Clara Santos Lima e Ana Beatriz foram mortas por disparos de arma de fogo efetuados pelo homem. A primeira foi assassinada quando voltava de uma padaria. A menina ainda percebeu que estaria sendo perseguida e tentou entrar na casa de um vizinho, mas foi alcançada e morta em cima da cama, pelo serial killer.

A segunda vítima, Ana Beatriz, foi assassinada com um disparo de arma de fogo na cabeça. Ela estaria em uma esquina quando foi atingida pelo tiro. A vítima ainda foi socorrida pela população e levada ao Hospital Geral do Estado (HGE), mas não resistiu ao ferimento grave e morreu na unidade de saúde.

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COMO AS VÍTIMAS ERAM ESCOLHIDAS

Durante depoimento à polícia, o assassino em série alegou que escolhia vítimas que, segundo ele, faziam parte de organizações criminosas. Entretanto, a informação foi negada pelo delegado Gilson Rego, que pontuou: “Nenhuma delas tem envolvimento com facção criminosa”.

— Identificamos 10 vítimas, três delas eram do sexo masculino e sete mulheres, todas com o perfil muito semelhante, morenas, jovens geralmente de cabelo cacheado e dentre elas tinha uma mulher trans também com esse mesmo perfil físico –, explicou o delegado.

PROVAS DOS CRIMES

Diante de todas as evidências contra o homem, o Instituto de Criminalística (IC) analisou os projéteis encontrados nos corpos das vítimas. Depois, foram realizados exames de microcomparação balística, que comprovaram que a arma apreendida foi a mesma utilizada nos crimes.

Além da arma, o IC também analisou o celular do acusado. Mesmo formatado, a perícia conseguiu acesso a arquivos que ainda estavam armazenados em nuvem. Por fim, os profissionais encontraram informações relacionadas aos homicídios.

— Nele conseguimos extrair várias informações de extrema importância das investigações. Os registros foram encontrados em duas pastas: Odiada Instagram e Morte especiais. Fotos das vítimas de homicídio eram colocadas ao lado de um calendário com a data do fato marcada –, disse o perito criminal.

FOTOS NO CEMITÉRIO

Dentre o material encontrado no celular do acusado, a perícia encontrou prints de matérias de sites relacionadas aos crimes comentediso. Além disso, o homem tirou fotos dentro do cemitério e também da lapide de uma das vítimas de homicídio.

OUTRAS VÍTIMAS

As investigações envolvendo homicídios praticados pelo homem continuam. Isso porque, a PC acredita que existem outras vítimas dos crimes. Desse modo, inquéritos de assassinatos que aconteceram entre 2019 e 2020 serão reabertos para identificar se foram cometidos pelo mesmo acusado.

Além disso, a polícia também acredita que outras vítimas estavam na mira do homem, antes dele ser preso. “Os peritos encontraram várias fotografias de indivíduos que ainda estão vivos, seriam vítimas em potencial”, afirmou o delegado Gilson Rego.

 

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