Um caso de tentativa de homicídio ocorrido há quase 8 anos em Piaçabuçu, será julgado na próxima terça-feira, 26, às 9h, no Fórum do município. O acusado, José Silvânio Evangelista dos Santos, responde por crime de homicídio qualificado pelo meio cruel na modalidade tentada. O julgamento faz parte do Mês Nacional do Júri.
De acordo com a denúncia, o crime ocorreu em 4 de dezembro de 2016, na Travessa São Pedro, no Centro de Piaçabuçu. A vítima, Reginaldo Silva Santos, foi atacada com golpes de faca, mas sobreviveu devido a circunstâncias alheias à vontade do acusado.
O episódio ganhou destaque pelo fato de a vítima ter sido atacada dentro de uma viatura da Polícia Militar. Segundo depoimentos, após uma discussão com o acusado, Reginaldo fugiu em busca de proteção e se abrigou em uma viatura estacionada próxima à delegacia local. A viatura estava destravada, e a vítima chegou a dormir no veículo. Porém, durante a madrugada, José Silvânio encontrou a vítima no local e desferiu cinco golpes de faca contra ela.
As investigações não chegaram a um consenso sobre a motivação do ataque. Há duas versões para o ocorrido. A primeira é a de que o acusado teria suspeitado que Reginaldo estava mantendo relações com sua mãe, especialmente após vê-lo com o zíper da calça aberto em sua residência; e a segunda é a de que a discussão teria começado por conta de uma motocicleta emprestada por Reginaldo a José Silvânio. O veículo teria sido devolvido com defeito, gerando um desentendimento.
No depoimento, a vítima relatou que emprestou a motocicleta, conhecida como “cinquentinha”, e que ela não funcionava ao ser devolvida. Ele teria ido até a casa do acusado para cobrar a reparação, mas acabou sendo ameaçado com uma faca. Já José Silvânio admitiu o ataque, alegando ter perdido a cabeça ao interpretar que a vítima estava tentando abusar de sua mãe. Ele afirmou que, após encontrá-la com as roupas desalinhadas e a vítima segurando sua perna, decidiu agir de forma impulsiva.
Ainda segundo aos autos, Reginaldo ficou hospitalizado por oito dias, precisou de dois meses para se recuperar e teve sua rotina de trabalho interrompida. O caso gerou comoção local, principalmente devido ao fato de o ataque ter ocorrido em um local que deveria ser de segurança pública.
O julgamento será acompanhado de perto pela comunidade e representa um dos destaques do Mês Nacional do Júri. Caso condenado, José Silvânio poderá enfrentar uma pena agravada pelo uso de meio cruel no crime.