Um ano após a morte do capitão da Polícia Militar, Abraão da Silva Taveira, durante um curso de treinamento do Distrito Federal, amigos e familiares do oficial foram recebidos, nesta segunda-feira, 25, pela presidência da Ordem dos Advogados seccional Alagoas (OAB/AL) com o intuito de pedir a intervenção da Ordem no que diz respeito as investigações sobre as circunstâncias da morte do PM.
De acordo com o advogado da família da vítima, Napoleão Lima Junior, os indícios apontam possíveis violações de Direitos Humanos e tortura contra o militar durante o treinamento. Ele teria chegado à exaustão física extrema, o que culminou em sua morte.
Na ocasião, o representante da família entregou documentos com o resumo dos fatos e pontos importantes inclusos no inquérito. As investigações se arrastam por um ano e três meses. Até o momento, a Polícia Civil do DF não apontou os reais motivos da morte do militar e o inquérito ainda não foi concluído.
“Meu irmão era um homem dedicado e apaixonado pelo serviço policial. Chegamos a planejar uma viagem em família, mas ele nos informou na época que não iria conseguir ir justamente por estar inscrito neste curso”, relembrou Davi Taveira, irmão de Abraão.
O presidente da OAB-AL, Vagner Paes, assegurou que a instituição irá provocar as autoridades responsáveis no Distrito Federal para trazer transparência às fases do processo de investigação.
“Estamos à disposição de todos vocês, da família, da sociedade, para que a gente possa, dentro das nossas competências, dentro das nossas possibilidades, representar, de fato, uma resposta e futuramente uma justiça em relação a essa perda lamentável de um servidor tão jovem. O estado de Alagoas precisa cobrar essa apuração com mais rigor, e a Ordem vai fazer seu papel enquanto instrumento de referência social, enquanto uma entidade que tem a questão dos Direitos Humanos como pauta principal”, destacou Paes.
Em 30 de agosto do ano passado, Tenente Taveira, que era comandante do Canil do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) em Alagoas, participava de um treinamento no Curso Operacional de Cinotecnia da Polícia Militar do Distrito Federal quando em uma atividade ele se sentiu mal ao passar por uma manilha com água, bateu a cabeça e ficou submerso por alguns minutos. Ele teve parada cardiorrespiratória e foi reanimado por cerca de 38 minutos.
Após quase 10 dias lutando pela vida, o oficial não resistiu e sua morte foi confirmada setembro de 2023. Na ocasião, a PM/AL lamentou a morte do policial e prestou condolências aos familiares e amigos.
Tenente Taveira era natural de Garanhuns (PE) e ingressou na PM em janeiro de 2016. Após o Curso de Formação de Oficiais (CFO), ele foi declarado Aspirante da Turma 2018. O tenente era lotado no Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) exercendo a função de comandante do Canil. Após sua morte, o 1º tenente Abraão da Silva Taveira foi promovido a capitão.
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