Virtualmente eleito para a presidência da Câmara no próximo biênio, diante de acordos com mais de dez partidos e da desistência dos outros candidatos, o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) poderá ser ungido com menos votos do que Arthur Lira (PP-AL) em 2023.
O atual presidente da Câmara foi o mais votado em toda a história, com 464 votos, e não quer perder o posto para Motta.
Aliados dizem que Motta também terá votação bastante alta. No entanto, segundo interlocutores próximos ao deputado do Republicanos, é importante que ele tenha “dois votos” a menos que Lira, para que a “criatura não supere o criador” e nem cause “ciúmes” no padrinho.
Atrás de Lira, os mais votados na Câmara foram Ibsen Pinheiro, quando esteve à frente da presidência da Câmara em 1991 e 1992, e João Paulo Cunha, no biênio 2003-2004. Ambos tiveram 434 votos. O ex-presidente Michel Temer, em 1999, ficou em quarto lugar, com 422 votos.
Apesar de ter apoio maciço da Câmara — os únicos partidos que não declararam apoio a Motta foi PSOL e Novo — , o candidato vai continuar trabalhando pela sua vitória durante o recesso parlamentar.
À CNN, Motta disse que não vai descansar no recesso porque, apesar do cenário parecer bastante favorável, é preciso continuar fazendo conversas para que não haja desistências no meio do caminho.