Isenção do IR para até R$ 5 mil é aprovada por 75% dos brasileiros, diz pesquisa

O levantamento mostra que 61% acreditam que alguém da sua família ou eles próprios serão beneficiados pela medida

Adriano Machado/ReutersBloqueio anunciado pelo governo não é suficiente para meta fiscal

A proposta do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de isentar do imposto de renda brasileiros que recebem até R$ 5 mil é aprovada por 75% dos eleitores, aponta a pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira, 11. Cerca de 20% rejeitam a medida, e 5% não sabem ou não responderam.

O levantamento mostra que 61% acreditam que alguém da sua família ou eles próprios serão beneficiados pela medida. Cerca de 43% afirmaram que já sabiam da proposta, enquanto outros 56% disseram que ficaram sabendo no momento do levantamento da Quaest.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou a proposta durante pronunciamento em rede nacional de TV no fim de novembro. O anúncio foi acompanhado por medidas de corte de gastos públicos e revisão de benefícios sociais.

Haddad explicou que um projeto de lei sobre o tema será debatido no Congresso em 2025. Se aprovada, a medida passa a valer a partir de 2026.

A proposta de isenção pode beneficiar cerca de 36 milhões de brasileiros, o que representa aproximadamente 78% dos 46 milhões de contribuintes que declaram IR anualmente, segundo dados da Associação Nacional de Auditores Fiscais da Receita Federal (Unafisco).

A medida faz parte de um conjunto de promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Atualmente, trabalhadores que recebem até R$ 2.824 estão isentos do imposto.

Preocupação com alta do dólar
Desde o anúncio da isenção e do pacote fiscal, a percepção sobre o quadro fiscal do governo piorou no mercado financeiro. O dólar bateu recorde e ultrapassou a casa de R$ 6, enquanto a taxa de juros é projetada acima de 14% no próximo ano. O governo enfrenta dificuldades para aprovar as medidas de ajuste fiscal no Congresso.

A pesquisa questionou também a preocupação com a alta do dólar. Cerca de 72% dizem que a subida terá impacto em suas vidas sobre preço de alimentos e combustíveis. Essa avaliação é semelhante em todas as faixas de renda, assim como a de que os preços de alimentos e combustíveis vão subir. 84% têm essa opinião.

Esta é a maior pesquisa realizada pela Quaest. Foram 8.598 entrevistas presenciais feitas com eleitores entre os dias 4 e 9 de dezembro, abrangendo, além da avaliação nacional, a percepção do governo por eleitores de seis estados: São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás, Bahia e Pernambuco. A margem de erro estimada da pesquisa é de 1 ponto percentual para mais ou para menos, e o índice de confiança é de 95%.

Fonte: Exame

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